Enem 2017 será realizado em dois domingos e não terá mais notas por escola
As mudanças foram anunciadas pelo Ministério da Educação nesta quinta
09/03/2017
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Jornalismo
09/03/2017
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quinta (9/3) uma série de mudanças para a edição de 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As principais novidades dizem respeito aos dias de realização da prova e a seu objetivo em si. Também serão implementados mecanismos para aumentar a segurança– a prova já sofreu com vazamentos em outros anos – e haverá alteração nas regras de concessão de gratuidades para estudantes de escolas públicas.
As inscrições para o Enem 2017 estão abertas entre 8 e 19 de maio e o exame será realizado em 5 e 12 de novembro, dois domingos, com resultados divulgados em 19 de janeiro de 2018. Até o ano passado, a prova era realizada em dois dias seguidos, sábado e domingo, provocando desgaste nos estudantes pela falta de tempo para descanso e preparação entre um exame e outro. Além disso, a mudança contornou um problema religioso.Os estudantes que guardam o sábado como dia sagrado (foram 76 mil em 2016) não podiam trabalhar até o por do sol, às 19h. Assim, entravam nos locais de exames junto com os demais alunos, às 13h, mas ficavam confinados em uma sala, sem contato com o exterior, por seis horas até começarem a fazer a prova. “Essa era uma antiga demanda dos sabatistas, era uma condição desumana”, comentou o ministro da Educação, Mendonça Filho.
Em 5 de novembro, serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, redação e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Os estudantes terão 5h30. No domingo seguinte, os alunos terão 4h30 para resolver as questões de Matemática e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Por segurança, os participantes receberão cadernos de questões personalizados, com número de inscrição de cada um.
O Enem fornecerá por área de conhecimento e por resultados individuaispara a base consolidada de programas como Sisu (Sistema de Seleção Unificada), ProUni (Universidade para Todos) eFies (Financiamento Estudantil). No entanto, não haverá mais pontuação por escola – a lista das escolas que tiveram nota mais alta costumava gerar um ranking anualmente. A certificação de conclusão de Ensino Médio será feita exclusivamente pelo Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).
Outra mudança diz respeito ao sistema de concessão de gratuidades. Estudantes de baixa renda ou que concluíram o Ensino Médio em escolas públicas estão isentos do pagamento da taxa de inscrição, assim como os cadastrados no CadUnico (Cadastro Único) do Ministério de Desenvolvimento Social e Reforma Agrária, voltado para famílias com renda mensal de até meio salário mínimo (468,50 reais) por pessoa. No entanto, se um beneficiado não comparecer à prova, ele será obrigado a pagar no ano seguinte, a não ser que apresente atestado médico ou documento que comprove a impossibilidade de realizar a prova.
O controle das gratuidades também mudará. Até 2016, o benefício era dado mediante autodeclaração do estudante. A partir deste ano, o participante tem de declarar seu número de Identificação Social no momento da inscrição. Em condições excepcionais ainda haverá possibilidade de autodeclaração, mas o candidato pode ser excluído do processo se for verificado que a declaração não é verdadeira.
No meio de tantas mudanças, um elemento se manterá: a prova em papel. O MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(Inep),que capitanearam a consulta pública sobre alterações no Enem, cogitaram a possibilidade de fazer o exame no computador. “A esmagadora maioria dos estudantes entrevistados não quis. A gente tem a crença que a cultura digital já está entranhada na sociedade, na juventude, mas a maioria não quer provas no computador”, comentou Maria Inês Fini, presidente do Inep.
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