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Jornalismo

Tem tecnologia dentro da sala de aula. E não dá mais para voltar atrás

Este foi um dos aprendizados de um grupo de 11 professores brasileiros que está nos Estados Unidos participando do maior evento de inovação em Educação do mundo

PorRaissa Pascoal

06/03/2018

Jocemar do Nascimento e Débora Garofalo ganham um Arduíno, placa utilizada para programação, na feira de tecnologia do SXSWedu (Foto: Lara Alcadipani)

O SXSWedu, maior evento de inovação em Educação do mundo, está rendendo muitas reflexões para os 11 professores brasileiros que viajaram para Austin, nos Estados Unidos, para participar de debates com educadores de todo o mundo. Na companhia de NOVA ESCOLA e da Fundação Lemann, mantenedora da Associação Nova Escola, eles estão assistindo diversas mesas sobre novos negócios e tendências na Educação e trocando muitas experiências com professores de outros países.

No segundo dia das discussões (saiba o que aconteceu no primeiro aqui), o papel da tecnologia na escola entrou no papo de todos os participantes. Leia os destaques feitos pelos nossos representantes brasileiros:

Tecnologia dentro e fora da escola

As crianças e os adolescentes estão em contato com recursos tecnológicos a todo momento e, para Débora Denise Dias Garofalo, professora orientadora de sala de informática, essa familiaridade é capaz de ajudar os estudantes a desenvolver algumas habilidades, como a criatividade e a inovação. “Não adianta a criança ou o jovem ter contato com a tecnologia fora da sala de aula, mas, dentro dela, não ter oportunidade de trabalhá-la de maneira contextualizada e com um objetivo de aprendizagem. Ou, ainda, ter um contato totalmente dissociado das áreas do conhecimento que ele estuda”, diz. O professor Greiton Toledo de Azevedo concorda: “Não dá mais para voltar atrás, nem para negar a tecnologia. Ela vai sempre estar no contexto de sala de aula e servir como base para aprender a pensar e resolver situações-problemas”.

Uma aliada do docente

Formar-se, olhar para o futuro e fazer intercâmbio de experiências são as três principais ações para que a tecnologia vire realmente uma aliada do docente no dia a dia da sala de aula. A reflexão é do professor paranaense Jocemar do Nascimento: “Depois de um debate sobre construção do pensamento computacional, percebi que (1), para fazer um bom trabalho, ou você traz professores que já têm formação em tecnologia educacional, ou você os forma para isso dentro da escola. Além disso (2), precisamos ter consciência que os recursos que usamos hoje podem ficar obsoletos amanhã. Por isso, temos que preparar o aluno para que ele use qualquer recurso tecnológico que apareça na frente dele daqui para frente. E (3) é muito importante conectar professores para que eles possam trocar experiências e, assim, qualificar e diversificar cada vez mais o trabalho”.

O que o Skype tem a ver com refugiados

Hoje, já são mais de 60 milhões de refugiados no mundo. Eles são pessoas obrigadas a deixar suas casas devido a guerras e outros conflitos em seus países de origem. Entre eles, há milhares de crianças em idade escolar. A professora Mara Mansani assistiu a uma discussão sobre o trabalho em escolas construídas em campos de refugiados. “Eu gostei de uma experiência que foi mostrada em vídeo de crianças se conectando com crianças de outros campos de refugiados. Também mostraram alunos americanos conversando com estudantes de outros países por meio da tecnologia. Fiquei pensando que isso é algo tão simples, ferramentas como o Skype já são tão conhecidas, mas ainda não aproveitamos todo o potencial que elas têm. Imagina uma criança de outro país conversando com um colega, discutindo, conhecendo outra cultura. Essa é uma experiência riquíssima e precisamos usar isso na nossa sala de aula”, diz Mara.

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