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Jornalismo

Provocações sobre o uso de tecnologia na Educação

PorNOVA ESCOLA

28/07/2015

Os textos do Claudio Sassaki, co-fundador da Geekie, aqui no blog têm provocado muitas reflexões sobre tecnologia e Educação. Caso ainda não tenha lido, sugiro o último deles “Tecnologia não é perfumaria, deve estar no centro da gestão pedagógica”.

Participar do blog tem sido um imenso prazer para mim. Por ser apaixonada tanto por Educação como por tecnologia, vejo na junção desses dois mundos possibilidades incríveis! No ano passado, quando fiz o curso “Educação, Direitos Humanos e Tecnologias”, da Ação Educativa com o apoio da Wikimedia Foundation, passei a enxergar o óbvio: não basta unir as duas áreas para resolver todas as questões das escolas, como num passe de mágica.

Incluir recursos digitais no dia a dia da escola não garante o objetivo principal da Educação: a aprendizagem de todos os alunos. Então, como avançar nesse ponto? Não há fórmula pronta, claro, mas já sabemos que o caminho passa por alguns pontos: infraestrutura adequada, formação de professores, incorporação da tecnologia ao projeto político-pedagógico (PPP) da escola e integração aos conteúdos curriculares.

Mas como essa questão é encarada na sua escola? Para ampliar a discussão, compartilho a seguir algumas provocações sobre o tema:

1) Metodologia X Tecnologia
Esse vídeo, bem antigo, produzido por um grupo de estudo da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac) explora a questão da tecnologia como “perfumaria”. Se a atividade proposta pelo professor poderia ser feita sem tecnologia, qual é a real contribuição da nova ferramenta?

2)“A máquina está a serviço de quem?”
Ainda em 1984, quando os computadores começaram a surgir e nem se imaginava a onipresença que teriam em nossa vida, Paulo Freire, o patrono da Educação brasileira, já escrevia sobre o tema em um curto artigo, disponibilizado na íntegra pelo Instituto Paulo Freire.

“Faço questão enorme de ser um homem de meu tempo e não um homem exilado dele, o que vale dizer que não tenho nada contra as máquinas. De um lado, elas resultam e de outro estimulam o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, que, por sua vez, são criações humanas. O avanço da ciência e da tecnologia não é tarefa de demônios, mas sim a expressão da criatividade humana. Por isso mesmo, as recebo da melhor forma possível. Para mim, a questão que se coloca é: a serviço de quem as máquinas e a tecnologia avançada estão?”

3) Entrevista com António Nóvoa
No trecho dessa entrevista, o pensador português António Nóvoa discute como a tecnologia altera a formação dos professores. Apesar de focar no Ensino Superior, as reflexões que ele propõe são essenciais a todo educador.

“O campus presencial daqui a 20 anos ainda será necessário? Provavelmente sim, há uma dimensão humana, do convívio, da relação, que é central. Mas não vai ser para as mesmas aulas do que se dão hoje, as aulas provavelmente serão dadas de outra maneira. A reflexão sobre isso é importante: qual é o papel do presencial? Das plataformas? Da relação humana? Agora, sempre devemos recusar toda uniformização e qualquer homogeinização. (…) Há pessoas que entendem que daqui a trinta anos haverá 10 universidades no mundo que irão educar a humanidade inteira através de plataformas fantásticas. Isso para mim seria um empobrecimento brutal. Precisamos ter diversidade.”

E aí, qual sua opinião sobre o  tema? Compartilhe nos comentários. Estou ansiosa para saber mais sobre o assunto.

Até o próximo texto,
Iana Chan

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