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Jornalismo

Democracia, ditadura, questões de gênero e de classes seriam assuntos muito complexos para os pequenos? A “Coleção Boitatá” chega às livrarias para dizer que nunca é cedo para começar a discutir esses temas. Quem conta um pouco mais sobre os livros é o editor-assistente de NOVA ESCOLA Wellington Soares. Confira a seguir!

“Muita gente acredita (e eu também) que uma das funções da Educação é formar politicamente os alunos. Para mim, isso significa preparar as crianças, os jovens e os adultos para que possam compreender o funcionamento da sociedade e participar ativamente dela, principalmente para defender a existência e a manutenção de uma forma de organização que seja justa para todos. Em épocas como as que vivemos agora – cheias de tensão política – isso se mostra cada vez mais importante. Mas como aplicar esses princípios em sala de aula?

Algumas obras podem ajudar no trabalho. Um dos meus livros teóricos favoritos é “Pedagogia do Oprimido” (Paulo Freire, 256 págs., Ed. Paz e Terra, tel. 11/ 3286 0802, 35 reais), um clássico em que o autor discute a importância da Educação para garantir que as classes populares compreendam as injustiças da sociedade e lute contra elas.

Mas há outras obras mais fáceis de digerir que podem ser uma boa pedida para abordar com os alunos: “Quando eu voltei, tive uma surpresa” (Joel Rufino dos Santos, 140 págs., Ed. Rocco, tel. 21/3525-2000, 59,50 reais), que reúne cartas do autor enviadas ao filho enquanto esteve preso durante a ditadura militar, e a coleção de pôsteres do mesmo período presentes no livro “Os Cartazes Desta História” (Vladimir Sacchetta, Ricardo Carvalho, José Luiz del Roio/orgs., 254 págs., Ed. Escrituras/Instituto Vladimir Herzog, tel. 11/5904-4499, 90 reais) dão bons subsídios para discutir conceitos como repressão, ditadura, democracia, censura, entre outros, com os estudantes.

Para as crianças mais novas, a quantidade de bibliografia disponível é menor. “Pais e educadores têm muita dificuldade em encontrar material de apoio adequado para introduzir esse tipo de conversa”, conta Thaisa Burani, editora da coleção Boitatá, lançada pela Boitempo no início de dezembro.

Já foram publicas duas obras: “A Democracia Pode Ser Assim” (Equipo Plantel e Marta Pina/ilust., 52 págs., Ed. Boitempo, 11/3875-7285, 42 reais) e “A Ditadura é Assim” (Equipo Plantel, Mikel Casal/ilust., 52 págs., Ed. Boitempo, 11/3875-7285, 42 reais). Ainda serão publicadas outras duas: “As Mulheres” e os “Homens e Existem Classes Sociais”.

Os quatro livros foram originalmente publicados na Catalunha, na Espanha, durante a transição entre os governos do general Francisco Franco (1892 – 1975) e o retorno à democracia. Para adequá-los à realidade brasileira, as obras foram traduzidas e receberam algumas adaptações. “No caso de ‘Ditadura é Assim’, o ilustrador, que é basco, gentilmente topou incluir dois ditadores brasileiros. Não constava nenhum na edição original, e tanto nós quanto ele concordávamos que isso seria importante para os leitores daqui”, exemplifica a editora. Os textos abordam os temas – tão difíceis – de uma maneira divertida e próxima dos pequenos. Veja abaixo dois exemplos de como eles tentam explicar os conceitos de democracia e ditadura para a garotada.”

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DEMOCRACIA:
“(…) para ser democrata,
é preciso ser tolerante, igualitário, justo.
É preciso saber ganhar e saber perder.”

 

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DITADURA:
“Todo mundo obedece ao ditador só porque tem medo dele.
E quem não obedece nem tem medo é castigado.”

 

Espero que tenham gostado das sugestões do Well! Conhecem outra publicação sobre este tema? Já conversou com as crianças sobre esses assuntos? Conte sua experiência aqui nos comentários!

Até o próximo post,
Anna Rachel

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