Compartilhe:

Jornalismo

Ilustração: Siron Franco

Elas ficavam flanando, as emas.

Nos pátios da fazenda.

A gente sabia que as emas

comem vidros, latas de sardinha, sabonetes,

cobras, pregos.

Falavam que elas têm moelas de alicate.

Nossa mãe tinha medo que as emas comessem

nossas cobertas de dormir e os vidros de

arnica da avó.

Eu tinha vontade de botar cabresto na ema

e sair pelos campos montado nela.

A gente sabia

que a ema quase voa no correr.

E que quase dobra o vento no correr.

Eu tinha vontade de dobrar o vento no correr.

Poema de Manoel de Barros,
Ilustrado por Siron Franco

Quer saber mais?

Ana Maria Netto Nogueira, R. Lisboa, 1208, apto. 54, CEP 05413-001, São Paulo, SP, tel. (11) 3898-3080, e-mail: ana.nogueira@uol.com.br

Maria Luiza Bretas Vasconcelos, R. 1121, 85, apto. 400, CEP 74175-120,Goiânia, GO 

 

continuar lendo

Veja mais sobre

Últimas notícias