Prêmio Victor Civita 2013: alfabetização em foco
Elisangela Carolina Luciano é a Educadora do Ano 2013 por projeto de leitura e escrita
PorCamila CamiloAnna Rachel Ferreira
01/11/2013
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Jornalismo
PorCamila CamiloAnna Rachel Ferreira
01/11/2013
Ao receber o título de Educadora do Ano na cerimônia da 16ª edição do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, no dia 14 de outubro, Elisangela Carolina Luciano fez uma defesa da docência para o público que lotava a Sala São Paulo, na capital paulista. "Somos dez educadores, todos de escola pública. Nosso ofício precisa ser reconhecido por políticas públicas que priorizem a Educação de qualidade."
Nos bastidores, a docente se emocionou ao contar os cumprimentos que recebeu após Giancarlo Francesco Civita, conselheiro da Fundação Victor Civita (FVC), indicar que ela era a escolhida. "A Telma Weisz (especialista em Alfabetização e supervisora pedagógica do programa Ler e Escrever) disse que meu trabalho traduz para a prática o que está nos livros e pesquisas." Elisangela alfabetizou todas as crianças do 1º ano em seis meses, com a escrita de placas informativas sobre frutas e vegetais vendidos no hortifrúti local. "Neste ano, a alfabetização foi eleita prioridade nacional e o trabalho de Elisangela pode ser referência para docentes do Brasil", diz Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da FVC e presidente do júri.
O processo para a escolha da vencedora começou dois dias antes do evento, quando ela e os outros nove Educadores Nota 10 apresentaram seus trabalhos para os jurados. Neste ano, além de Regina, o time encarregado da difícil escolha foi formado por Maria do Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM, Maria de Salete Silva, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, sigla em inglês), Claudia Davis, superintendente da Fundação Carlos Chagas (FCC), Maria do Carmo Brant de Carvalho, especialista em Gestão Social Pública, Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), e Patrícia Lacerda, do Instituto C&A.
Em sua exposição, Elisangela descreveu as etapas do projeto que usou a comunicação visual para dar sentido à escrita das crianças, realizado na EMEF Adirce Cenedeze Caveanha, em Mogi Guaçu, a 164 quilômetros de São Paulo. Seu diagnóstico inicial mostrou que apenas três das 23 crianças estavam alfabetizadas. "Resolvi dar um contexto real para a produção dos alunos", conta. Após muita leitura, pesquisa e escrita em grupos e individuais, todos foram alfabetizados.
Após conferir a apresentação de Elisangela e dos demais educadores, o júri ficou bem impressionado. "Eles mostraram compromisso com a aprendizagem dos alunos e respeito pelo conhecimento da classe", diz Salete. Além de Elisangela, o grupo inclui: Carmem Machado, professora de Arte em Salto de Pirapora, SP; Janaina Oliveira Barros, coordenadora pedagógica em Seabra, BA; João Paulo Pereira de Araújo, docente de História em Leopoldina, MG; Karina Drude Puga Rui, que leciona Ciências em Pitangueiras, SP; Jacqueline Cristina Jesus Martins, de Educação Física, e Lidiane Cristina Loiola Souza, de Educação Infantil, ambas de São Paulo; Rosiane Ribeiro Justino, docente de Língua Portuguesa em Joinville, SC; Silma Rabelo Montes, professora de Geografia em Uberlândia, MG; e Simone Carvalho da Silva, que dá aulas de Matemática em Capinzal, SC.
Noite de festa e lembranças
A celebração na Sala São Paulo começou com uma homenagem a Roberto Civita (1936-2013), presidente da FVC por 23 anos. O respeito do empresário pelos professores foi lembrado em um vídeo que rememorou a presença dele em diversas edições do prêmio e no discurso de seu filho Victor Civita Neto, atual presidente da instituição.
A atriz Irene Ravache, mestre de cerimônias do evento, chamou ao palco Educadores Nota 10 de anos anteriores para entregar os troféus aos novos premiados: Flávia Pereira Lima e Luís Carlos Batista Rodrigues, vencedores de 2011, Joaton Suruí, de 2008, e Marilia Schmitt Fernandes, de 2006. Entre a presença no palco de um e outro professor, o público foi brindado com o violão de Turibio Santos, que tocou o Choro nº 1 do brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), e o grupo Clareira, liderado pelo maestro Benjamim Taubkin.
Após a entrega dos troféus e dos jurados se retirarem para tomar a decisão mais aguardada da noite, Martinho da Vila encantou a plateia com sua banda e três de seus filhos. Os educadores sambaram ao som de clássicos como Canta, Canta, Minha Gente e Mulheres. "Aproveitamos cada momento dessa festa, que vai ficar para sempre na nossa memória", conta o professor Araújo.
Ao todo, Elisangela ganhou 20 mil reais, e o dinheiro já tem destino certo. "Gosto muito da vida acadêmica e acho que o prêmio será uma porta de entrada para o mestrado que desejo fazer sobre Educação moral", revela. A escola em que ela trabalha também recebeu 5 mil reais.
Mais detalhes sobre o projeto de Elisangela e dos demais podem ser conhecidos no site e na próxima edição de NOVA ESCOLA. Confira e prepare-se desde já para participar do prêmio em 2014. As inscrições iniciam em maio.
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