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Jornalismo

Premiando iniciativas científicas estranhas

PorLaís Semis

02/09/2014

Com base na coluna de Maílson da Nóbrega de VEJA (ed. 2389, 3 de setembro de 2014), "Prêmio Ig Nobel de contabilidade criativa", separamos algumas das pesquisas mais curiosas premiadas no último ano para serem apresentadas em sala de aula.

Criado em 1991 como uma sátira ao renomado Prêmio Nobel, dedicado à contemplar os avanços culturais ou científicos na comunidade acadêmica, o IgNobel concede prêmios à iniciativas científicas estranhas. Ao todo são 10 categorias premiadas, trazendo pesquisas sérias que apesar de atraírem a curiosidade do público, se destacam por sua relevância questionável. A cerimônia do IgNobel é realizada na Universidade de Harvard e a entrega dos prêmios é feita por personalidades da área das ciências, incluindo os vencedores do próprio Nobel.

Masanori Niimi:por haver demonstrado que ratos submetidos a transplante cardíaco vivem mais tempo quando escutam determinadas músicas. Enquanto os ratos mantidos em silêncio sobrevivem, em média, sete dias, aqueles que ouviram a ópera La Traviata viveram 27 dias. Os que foram obrigados a ouvir a cantora irlandesa Enya sobreviveram 11 dias. CRÉDITO: Shutterstock Medicina Masanori Niimi e seus colaboradores da Universidade Teikyo, em Tóquio, foram reconhecidos por avaliar o efeito de ouvir determinadas músicas após o transplante cardíaco de camundongos. Segundo os resultados, os ratos submetidos ao transplante sobreviviam mais tempo se ouvissem ópera. Enquanto os ratos que foram mantidos em silêncio viveram uma média de 7 dias, os estimulados a ouvir ópera tiveram uma média de 20 dias a mais de vida. Marie Dacke: demonstração de que certos besouros, quando se perdem, são capazes de encontrar o caminho de volta, orientando-se pelas estrelas da Via-Láctea. CRÉDITO: Shutterstock Biologia e Astronomia Na Suécia, a pesquisadora Marie Dacke, da Universidade de Lund, decidiu provar que não eram apenas as aves, as focas e os humanos que se direcionavam pelas estrelas. Dacke apresentou a primeira demonstração convincente para a possibilidade de insetos se guiarem pela Via Láctea. Ela trabalhou com a hipótese de que determinados tipos de besouro conseguiam se coordenar ao longo de caminhos retos explorando a orientação das estrelas. Seus resultados mostraram que em noites nubladas, os besouros que se perdiam não conseguiam encontrar o caminho de volta. Shinsuke Imai: descrição do processo bioquímico pelo qual as cebolas fazem as pessoas chorar. CRÉDITO: Shutterstock Química Provavelmente você já deve ter se questionado sobre o porquê de as pessoas chorarem cortando cebola. Shinsuke Imai, do Japão, e seus colaboradores foram atrás de descrever o processo bioquímico responsável por isso. A descoberta da enzima da cebola que produz as lágrimas levou o prêmio. Os autores afirmaram também ser possível desenvolver uma 'cebola não lagrimogênica' mantendo seu sabor característico e valor nutricional regulando a atividade desta enzima. Gustano Pizzo: invenção de um sistema eletromecânico capaz de isolar e aprisionar sequestradores de avião entre duas portas, para em seguida arremessá-los de paraquedas. CRÉDITO: Shutterstock Segurança A invenção do americano Gustano Pizzo foi um sistema anti sequestro para aeronaves. O sistema eletromecânico conseguiria isolar e aprisionar os sequestradores entre duas portas e removê-los com segurança das aeronaves em vôo, arremessando-os de paraquedas. A ideia consistia em alertar a polícia (em terra) por rádio para capturar os sequestradores, como uma espécie de dispositivo de combate ao crime. Brad Bushman: premiadopor provar que os homens quando tomam diversos drinques sentem que são mais atraentes do que nas ocasiões em que bebem menos. No estudo, os participantes eram convidados a beber antes de falar como se sentiam atraentes e espirituosos, diante de um júri encarregado de dar nota às mesmas características. CRÉDITO: Shutterstock Psicologia Em 2013, Brad Bushman, da Universidade de Ohio, levou o IgNobel da área. Sua pesquisa intitulada 'A Beleza Está Nos Olhos de Quem Bebe' trabalhava com a auto percepção da atratividade. O resultado dos experimentos mostraram que quanto mais doses de álcool os homens consumiam, mais atraentes eles pensavam ser.
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