Em relatório, Polícia Federal afirma que houve vazamento do Enem 2016
Inep nega a informação e critica a divulgação do inquérito, que corre em segredo de justiça. O exame foi realizado nos dias 5 e 6 de novembro
POR: Anna Rachel FerreiraO Ministério Público Federal (MPF) do Ceará afirmou ter recebido um relatório da Polícia Federal (PF) no qual se conclui ter ocorrido vazamento das provas do Enem 2016, realizado nos dias 5 e 6 de novembro por 5,8 milhões de estudantes. Segundo nota divulgada na tarde desta quinta-feira (1), as avaliações do primeiro e do segundo dia, além do tema de redação, vazaram antes do início do exame para, pelo menos, dois candidatos, um de Minas Gerais e outro do Maranhão.
No relatório, a PF concluiu que houve crime de estelionato qualificado e destaca que as fotos das provas e dos gabaritos foram encontradas em celulares apreendidos durante operações nos dias do exame. O procurador Oscar Costa Filho, responsável pela divulgação do conteúdo do relatório, afirmou que todos os documentos serão anexados ao recurso do MPF que pede a anulação da avaliação. “Uma quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às provas. Isso compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da logística de segurança que vem sendo aplicada”, argumenta. A PF optou por não se manifestar sobre o caso.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, divulgou um comunicado afirmando que o inquérito não foi concluído e corre sob sigilo. O órgão nega que haja indicio de vazamento do gabarito oficial e reitera estar colaborando com as investigações. A postura do procurador também foi criticada. “O Inep lamenta que o procurador Oscar Costa Filho do Ministério Público do Ceará use da prerrogativa institucional de ter acesso ao inquérito para vazar informações antes da Polícia Federal concluí-lo”, diz a nota. O órgão não citou a possibilidade de cancelar a prova.
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