No compasso da minha terra
Adultos recuperam danças típicas do Rio Grande do Norte e aprendem a valorizar a cultura popular
PorNOVA ESCOLA
31/03/2007
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Jornalismo
PorNOVA ESCOLA
31/03/2007
Pandeiro embala os ritmos regionais: novas atitudes para alunos de EJA.
Foto: Luís Moraes
Os alunos de EJA (1ª a 4ª série) da EM Professora Emilia Ramos, em Natal, descobriram que o potiguar tem samba no pé, como também coco, araruna e boi-calemba - danças e folguedos populares. Mais que um recurso pedagógico para colocar a turma em contato com práticas de leitura e escrita - os alunos eram analfabetos -, a dança foi explorada como linguagem de Arte. A professora Evanir de Oliveira Pinheiro selecionou conteúdos e objetivos específicos da área para levar aos alunos e, aos poucos, os corpos enrijecidos aprenderam a se entregar ao som do pandeiro, do ganzá e do triângulo. Pesquisas, documentários e apresentações folclóricas completaram o projeto, que tinha como idéias centrais conhecer, valorizar, fazer - e quiçá - criar! "No começo, alguns alunos afirmaram que desenhar, pintar, cantar e dançar eram coisas de criança. Outros disseram que a religião não permitia participar desse tipo de atividade", conta a professora. O entusiasmo dela, aliado a um planejamento bem feito, foi capaz de mobilizar a classe a reformular conceitos, atitudes e referências. R.B.
Sequência de atividades
1. DIAGNÓSTICO CULTURAL
Conectar o estudo feito na escola com o que acontece fora dela é fundamental. Os alunos de Evanir tinham entre 15 e 60 anos e pouco conheciam os artistas locais, mas gostavam de dançar forró e pagode. Ela os levou ao teatro para assistir a um grupo folclórico, que apresentava essas danças na forma de origem.
2. MÚSICA EM VÍDEO E AO VIVO
Mais do que apresentar a diversidade cultural local, é importante entender as diferenças por meio de pesquisas sobre as manifestações populares. Pensando nisso, a professora organizou uma mostra de documentários sobre danças potiguares. Os alunos compararam a coreografia e os versos da araruna e do coco e analisaram ritmos e letras de Manoel Marinheiro e Chico Antônio. As manifestações regionais foram contrapostas a outras nacionais, como o samba e o pagode.
3. SOLTANDO O CORPO
A professora tocava violão, recitava versos e sacava pandeiro, triângulo e ganzá de uma sacola. Os alunos pegavam os instrumentos e acompanhavam "a cigana", como ela passou a ser chamada. Aos poucos, os passos contidos deram lugar ao gingado, e Evanir organizou coreografias individuais e coletivas.
4. VISITA DE FAMOSOS
O contato direto com artistas aproxima a turma da Arte, já que eles servem de mediadores entre os conhecimentos trazidos de casa e os adquiridos na escola. Conhecer a viúva de Manoel Marinheiro, dançar o boi-calemba e conversar com um cantor regional finalizaram o projeto de maneira contagiante. Recitais e encontros culturais na escola exploraram a improvisação na dança ao inventar e repetir seqüências de movimentos criados e treinar movimentos básicos dos folguedos.
Outra proposta
VISITA CULTURAL
Proponha à turma fazer um passeio diferente a uma escola da comunidade. Não se esqueça de combinar com o colega de lá detalhes como dia, horário e tempo de duração da visita. Diga aos alunos que eles vão transportar até o lugar de destino bens culturais de dois tipos. Os palpáveis, como peças de artesanato e comidas típicas, e os imateriais, como danças, poesias e músicas de sua região. A outra escola também deve se preparar para receber a comitiva, deixando prontos seus bens culturais. No dia do encontro, o contato entre os dois grupos vai gerar um intercâmbio riquíssimo de informações - talvez nunca imaginado pelos professores das duas escolas.
FONTE: PROPOSTAS ABERTAS - CULTURA E ARTE EM MATO GROSSO DO SUL, MARIA CÉLENE DE FIGUEIREDO (COORD.), 75 PÁGS., SECRETARIA DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL, TEL. (67) 3317-1790, DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Quer saber mais?
CONTATO
EM Professora Emília Ramos, R. Solange Nunes do Nascimento, s/no, 59072-500, Natal, RN, tel. (84) 3232-4774
EXCLUSIVO ON-LINE
Assista ao vídeo produzido em sala de aula pela professora Evanir sobre a dança do coco em www.novaescola.org.br
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