Muito jogo...de cintura
Prepare-se para elaborar um planejamento com uma boa dose de dinamismo e flexibilidade, sem nunca perder de vista os objetivos
01/12/2001
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Jornalismo
01/12/2001
Difícil mesmo, no entanto, é lidar com os imprevistos que partem da turma. Se, enfileiradas na sala de aula, as crianças já são tão heterogêneas, imagine quando estão espalhadas pela quadra, correndo, arremessando e testando as mais diferentes habilidades. Você pode preparar uma bela aula de handebol e, ao dar a bola para a garotada, perceber que não sai jogo. Ou reservar um bimestre inteiro para ensinar fundamentos de basquete e, logo nos primeiros dias, ser surpreendido por meia dúzia de novos Michael Jordans.
"O grande problema é que não existe um aluno imaginário", diz Costa. A faixa etária indica um determinado nível de desenvolvimento, mas ela é apenas um localizador. "Cada um tem um perfil, um interesse, uma experiência de vida."
Para ele, o ideal é começar o ano com uma espécie de carta de intenções, onde estão (bem) definidos os objetivos a ser perseguidos. Essa carta será enriquecida e remexida ao longo do ano. "É preciso ir observando o desempenho dos jovens e os problemas apresentados para programar novas atividades", analisa Costa. "É como se a cada dia um desafio fosse proposto; a aula seguinte vai depender das respostas da turma", concorda Marcelo Galli, membro da Comissão Selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10 em 2001.
Rosemary tem um caderno onde registra o que foi trabalhado, o que foi atingido e o que pode ser feito em seguida. Neste ano, adquiriu uma nova tática: gravar em vídeo os alunos em ação para que eles se vejam e percebam os próprios erros. "Dessa forma não só eu avalio. Eles próprios fazem uma auto-avaliação."
Foco nos objetivos
Professores de Educação Física têm uma liberdade na hora de escolher os conteúdos que não se repete em outras áreas. Não há vestibular, prova nem nada que cobre o aprendizado do futebol ou o conhecimento das regras do vôlei. Parece um sonho, não? Sim, mas esse livre-arbítrio muitas vezes deixa os profissionais perdidos.
Para encontrar as opções certas, é preciso fazer uma série de diagnósticos. Levar em conta o projeto educativo da escola e a realidade local, ficar atento ao que está sendo divulgado pela mídia e, acima de tudo, identificar quem são os alunos, quais os seus interesses e o que sabem fazer. Isso sem falar em alguns aspectos práticos, como o material e o espaço disponíveis. "Esses detalhes também precisam ser observados, mas não devem fechar totalmente as portas", ressalva Galli. Depois de alguns meses se desdobrando dentro da classe, Rosemary encontrou outra solução para a falta da quadra. Criou um projeto interdisciplinar sobre futebol de praia, aproveitando os 7 quilômetros de areia que estão a apenas três quadras da escola.
"O mais importante é conhecer bem os objetivos e, aí sim, criar um cardápio de atividades que permita atingi-los", explica Costa. Existem inúmeras opções para trabalhar equilíbrio e outras tantas para desenvolver a cooperação. A ginástica, por exemplo, é uma boa oportunidade para despertar a consciência para o corpo. O basquete, por sua vez, é uma boa alternativa para trabalhar os tão falados aspectos afetivo-sociais (o respeito ao espaço do outro para não cometer uma falta, a cooperação de todo o time para chegar à cesta...). A grande questão é ter essas intenções claras e fazer delas o fio que conduz o planejamento. Inclusive quando for preciso virá-lo de cabeça para baixo.
A Educação Física é importante porque
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