Pisa: Uma análise comparativa
Uma tabela com o desempenho de 6 países (incluindo o Brasil) na avaliação internacional e sete documentários da série Destino: Educação são a porta de entrada para uma comparação sobre qualidade da Educação pelo mundo
POR: Gabriela Portilho Vilmar OliveiraO Pisa é a principal avaliação global sobre qualidade da Educação. Organizada pela OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo e países parceiros, como o Brasil. Realizam o exame alunos de 15 anos de 54 nações. Seus resultados trazem um quadro geral da Educação pelo mundo - ainda que rankings devam sempre ser encarados com bastante cautela, já que o desempenho dos alunos não é o único indicativo de um ensino de qualidade.
Nesta reportagem, você vai conhecer realidades bastante diferentes. Preparamos uma tabela comparativa entre seis países. Quatro deles têm ótimos resultados no PISA: Xangai (província da China), Canadá, Coreia do Sul e Finlândia. Outros dois - Chile e Brasil, ocupam posições ruins na lista.
O que explica essas disparidades? A tabela traz alguns indícios, como tamanho da população, indicadores de desenvolvimento humano, total de alunos por professor e estatísticas de investimento em Educação. Mas é possível ir além. Quem quiser se aprofundar no estudo de caso de cada país pode assistir aos episódios da série Destino: Educação. São sete vídeos - um de resumo e os outros seis com o panorama educacional de cada nação - produzidos pelo canal Futura, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi).
Para ver mais programas do Destino Educação, confira o YouTube do Futura.

Xangai
Primeira colocada no Pisa, a província chinesa investe muito em Educação. No entanto, as políticas educacionais não são generalizadas e os alunos se vêem diantes de um sistema educacional muito exigente e competitivo. Assim como no Japão, em Xangai, os pais são muito presentes e ligados à escola, o que fortalece as relações educacionais. Os professores também são muito respeitados, pelas famílias e pelo governo, que paga bons salários. No entanto, o sistema ainda exagera na disciplina exigida dos alunos, obrigando-os a estudarem até 12 horas diárias. Para evitar que os alunos se esforcem além da conta, o Estado teve que criar leis para limitar as horas de estudo em casa.
![]() | Colocação no PISA | 1º |
---|---|---|
Índice de desenvolvimento humano (IDH) | dados indisponíveis | |
Número de habitantes | 22 milhões | |
Número de alunos | 1,5 mil | |
Número de professores | 140 mil | |
% do PIB dedicada à Educação | dados indisponíveis | |
PIB per capita destinado à Educação | dados indisponíveis |
Finlândia
Com um alunado bem reduzido, a Finlândia ainda é um dos países que oferece educação gratuita e de qualidade para todos. O sistema educativo é bastante flexível, não estabelecendo a obrigatoriedade da pré-escola, por exemplo. Além disso,100% dos professores são sindicalizados, formando uma classe forte e valorizada, que têm, no mínimo, um curso de mestrado como formação acadêmica, mesmo para os níveis mais fundamentais. Com uma população cada vez mais idosa, o sistema finlandês enfrenta o desafio de manter um sistema educacional público e de qualidade para todos, mas com menos população ativa.
![]() | Colocação no PISA | 3º |
---|---|---|
Índice de desenvolvimento humano (IDH) | 22º | |
Número de habitantes | 5,4 milhões | |
Número de alunos | 680 mil | |
Número de professores | 120 mil | |
% do PIB dedicada à educação | 6,43% | |
PIB per capita destinado à educação | 6347 dólares |
Coreia do Sul
Nos anos 60, a Coreia tinha níveis de desenvolvimento econômicos semelhantes ao do Afeganistão. Hoje, está entre os países de maior IDH do mundo, o que afetou diretamente a Educação. Os coreanos investem pesado no setor contratando excelentes professores e oferecendo bons salários. Mas um lado negativo ainda impera. Mesmo hoje as pessoas enxergam a Educação como o único meio de ascensão social no país, o que gera uma grande pressão sobre os alunos, permitindo, inclusive, o uso de castigos físicos nas escolas. Os pais são fervorosos, a sociedade competitiva, e existe uma alta taxa de suicídio entre os alunos por não corresponderem às expectativas de suas famílias.
![]() | Colocação no PISA | 5º |
---|---|---|
Índice de desenvolvimento humano (IDH) | 15º | |
Número de habitantes | 50 milhões | |
Número de alunos | 8,4 milhões | |
Número de professores | 435 mil | |
% do PIB dedicada à Educação | 7,98% | |
PIB per capita destinado à Educação | 5845 dólares |
Canadá
Com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, no Canadá, todos, inclusive os filhos dos imigrantes, têm direito de frequentar gratuitamente escolas de qualidade. Prova disso são os 95% dos alunos estão matriculados na rede pública de ensino. Apesar de ganharem salários acima da média social, os professores enfrentam grandes dificuldades devido à diversidade social do país, mas dão a mesma atenção e exigem os mesmos níveis de esforços de todos.
![]() | Colocação no PISA | 6º |
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Índice de desenvolvimento humano (IDH) | 15º | |
Número de habitantes | 34 milhões | |
Número de alunos | 6,3 milhões | |
Número de professores | 550 mil | |
% do PIB dedicada à Educação | 7820 dólares | |
PIB per capita destinado à Educação | 6,08% |
Chile
Desde os anos 90, o Chile tem passado por um conjunto de reformas educacionais que conferiu um grande salto à Educação. Hoje, o orçamento chileno dedicado ao setor é o primeiro do país, e sete vezes maior do que foi há duas décadas. Mesmo assim, 50% das escolas ainda são privadas, o que torna difícil a conciliação de interesses na discussão da política educacional no país.
![]() | Colocação do PISA | 44º |
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Índice de desenvolvimento humano (IDH) | 44º | |
Número de habitantes | 17 milhões | |
Número de alunos | 3,5 milhões | |
Número de professores | 120 mil | |
% do PIB dedicada à Educação | 6,83% | |
PIB per capita destinado à Educação | 2769 dólares |
Brasil
Com um imenso alunado de cerca de 52 milhões, o Brasil ainda apresenta grandes problemas estruturais, Com a alta segregação de ensino em escolas públicas e particulares, permanece a política do "quem dá mais, tem mais, quem dá menos, tem menos". Somado a isso, os pais têm uma escolaridade ainda muito baixa, e apesar dos índices baixos, como os de Pisa e Ideb, as famílias ainda se dizem muito satisfeitas com a escola. Vale lembrar que o Brasil ainda conta com um grande atraso educacional, que só começou coma chegada da família Real ao Brasil, em 1808.
![]() | Colocação no PISA | 53º |
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Índice de desenvolvimento humano (IDH) | 84º | |
Número de habitantes | 190 milhões | |
Número de alunos | 52 milhões | |
Número de professores | 2 milhões | |
% do PIB dedicada à Educação | 5,54% | |
PIB per capita destinado à Educação | 2405 dólares |
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