Um dia após o outro no calendário
A professora Gorete Rocha utiliza o calendário com a turma de 1ª série para trabalhar a contagem do tempo
01/06/2008
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Jornalismo
01/06/2008
EM QUE DATA FOI? - Na EE Victor Civita, Gorete pede
que os alunos localizem os passeios na folhinha.
Foto: Rogério Albuquerque
Na EE Victor Civita, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o calendário é uma peça tão presente na sala de aula quanto o quadro-negro, as carteiras, os lápis e os cadernos. Em diversas atividades ao longo do ano, as crianças lançam mão dele para trabalhar com grandezas e medidas referentes à contagem do tempo, como dias, meses e anos. Essa ferramenta é tão importante que, além de dispor de uma folhinha pendurada na classe, cada aluno da turma de 1ª série da professora Gorete Antoniole da Rocha tem uma colada no caderno, que é renovada sempre no primeiro dia do mês.
No início das aulas, Gorete apresentou o calendário à turma, levando um exemplar grande que ficou à disposição de todos. Ela perguntou quem tinha um parecido em casa e como a família o usava. "Aqui vamos consultá-lo para saber o dia do aniversário dos colegas e dos compromissos do nosso grupo, como os passeios e as entregas de tarefas." E chamou a atenção das crianças para a organização das páginas, com a representação do mês e dos dias em forma de tabela.
Uma das primeiras tarefas da rotina é identificar com a garotada o dia da semana e do mês. Feito isso, todos anotam a data nas folhas que serão usadas em sala. Pelo menos uma vez por semana Gorete programa atividades para aprofundar o uso desse recurso. Em um desses momentos, a professora criou uma situação fictícia: disse que tinha recebido a carta de uma amiga em que ela contava o que havia feito em janeiro. A tarefa das crianças, em duplas, era localizar a data correta dos passeios narrados pela autora da correspondência fictícia. Para isso, Gorete distribuiu a todos a tabela do mês que ia ser trabalhado.
"Hoje é domingo, 13 de janeiro, e estou exatamente na metade de minha viagem de férias", a professora leu e pediu que todos marcassem com um sinal o quadrado correspondente:
- Como podemos localizar o dia 13 na folhinha? Que dia da semana é? - lançou para a turma.
- Domingo! - disse a classe em coro. Ela apontou o calendário da parede:
- Como fazemos para saber em que coluna estão marcados os domingos?
A turma respondeu que era a que tinha números em vermelho e transferiu a informação para a folha sobre a carteira.
A leitura continuou: "Quatro dias atrás fui passear no Zoológico".
- Que dia do mês foi? - questionou. Ela deu um tempo para que as duplas discutissem e chegassem a uma conclusão. A aluna Carolina usou a estratégia de contar nos dedos em ordem decrescente:
- Sábado, sexta, quinta, quarta.... Foi no dia 9, professora!
Retomando a carta: "Dentro de dois dias vou para a praia". Para descobrir quando a amiga da professora partiria, Rodrigo observou onde havia assinalado o 13 e avançou dois quadrados para a frente na mesma linha da tabela:
- Dia 15!
Outro trecho: "Penso que ficarei lá uma semana".
- Quantos dias ela vai ficar na praia? E quando ela volta?
As duplas discutiram, apontando para os quadradinhos da folhinha de janeiro. Gorete passou de dupla em dupla, observando e tirando dúvidas.
- Professora, uma semana tem sete dias, não é? - perguntou Winder.
- Vamos olhar no calendário? - respondeu Gorete, aproveitando para recordar que cada linha representava uma semana. - Então, quantas casas temos em cada linha?
- Sete! - os alunos responderam em coro.
- Sua amiga vai ficar sete dias na praia - disse Nicolas.
- E ela volta no dia 22 - concluiu Rodrigo.
- É isso mesmo! Marquem esse dia no calendário.
Por fim, a última informação: "Estarei de volta um dia antes de meu aniversário, assim podemos festejar juntas". Em que dia a amiga fez aniversário?
- No dia 23! - responderam todos quase ao mesmo tempo.
Depois de algumas semanas de atividades permanentes como essa, Gorete percebeu que os alunos compreenderam a organização da informação no contexto específico do calendário e já identificavam a passagem do tempo. "Pouco antes do feriado do Dia do Trabalho, eles calcularam rapidamente quantos dias ficariam em casa", conta ela.
A folhinha também é usada nas séries iniciais como fonte de informação numérica, pois constitui um instrumento social com números até 31. Consultando-a, a garotada tem mais facilidade para ler e escrever números ainda não aprendidos de memória ou para relacionar o algarismo ao nome: recitando a série numérica e apontando no calendário, a criança descobrirá como o número se chama. Com essa e outras seqüências fica fácil começar a construir uma boa imagem mental da série numérica.
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EE Victor Civita, R. Regiane, s/nº, 07180-190, Guarulhos, SP, tel. (11) 6412-6959
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