Plano de aula
Placas, receitas, cantigas... Tudo vira material didático
Objetivos
A meta era alfabetizar de maneira eficaz a turma de 1ª série e assim diminuir os índices de fracasso escolar. Para isso, Kátia utilizou os escritos que estavam à disposição no entorno da escola. Todos os textos, de alguma forma, faziam parte da vida da garotada. Com isso, a professora promoveu a apropriação da língua escrita de forma significativa. Enquanto alfabetizava a classe, Kátia mostrava a importância de ler e escrever na sociedade da qual todos lá fazem parte. A variedade de situações verdadeiras que a professora maranhense propôs envolvendo a escrita proporcionou a valorização da comunidade.
O fio condutor do trabalho desenvolvido por Kátia foi o modo de vida da comunidade de Araçagi. Uma de suas primeiras providências foi selecionar diferentes textos, todos relacionados ao cotidiano da garotada. "Essa é uma estratégia que favorece a aprendizagem", ela avisa. Assim, os nomes de bares da praia, barcos, pratos dos cardápios, placas de carros e outdoors passaram a fazer parte das atividades propostas à turma. O material de trabalho incluía também parlendas, toadas de bumba-meu-boi, quadrinhas, adivinhações, trava-línguas, frases de pára-choques de caminhão e receitas de pratos típicos do litoral maranhense.
Quando a professora começou a colocar a garotada em contato com esses escritos não disse o que eram ou o que significavam. Para Kátia, é importante que os estudantes, mesmo sem saber ler, tentem desvendar os textos. "Cada um formulava a sua hipótese e, com as minhas intervenções, fazíamos uma 'leitura'", recorda. Atividades desse tipo eram desenvolvidas tanto em classe como na praia.
As crianças estudavam a estrutura de diferentes tipos de texto. Além de compreender as mensagens, elas também observaram a disposição das frases no papel. No início, as atividades escritas eram coletivas. Nesses momentos, a professora fazia as vezes de escriba, organizando e redigindo as idéias que a meninada ia dando livremente. A principal função dessa prática era levar a classe a perceber como acontece a organização de um texto. Ao mesmo tempo, os estudantes começavam a identificar letras, sílabas e palavras.
Quer saber mais?
Kátia Regina Reis Correia, R. 25, qd. 44, casa 4, 65054-770, São Luís, MA, tel. (98) 238-1237
BIBLIOGRAFIA
A Leitura, a Escrita, a Escola: Uma Experiência Construtivista, Ana Maria Kaufman, Ed. Artmed, (edição esgotada)
Reflexões Sobre o Ensino da Leitura e da Escrita, Beatriz Cardoso e Ana Teberosky (orgs.), 272 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000, 30,70 reais