6 sugestões para avançar na alfabetização na reta final do ano
Identificar as necessidades dos estudantes e investir o tempo em atividades diversificadas para as especificidades de cada hipótese de escrita estão entre as indicações
07/11/2023
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Jornalismo
07/11/2023
Já estamos quase finalizando mais um ano letivo. Certamente, nossa preocupação nesse momento é que toda a turma alcance as expectativas de aprendizagens previstas no planejamento.
Quando se trata da alfabetização, esperamos que todos cheguem alfabéticos ao final do ano e consigam avançar na leitura – mesmo se existir algum aluno que ainda não lê ou não escreve em sua turma.
Por isso, separei seis sugestões para planejar bem as últimas atividades do ano e conseguir dar um gás final para garantir os objetivos de aprendizagem.
Analise o que os alunos já sabem para identificar o que ainda precisam aprender e planejar as próximas aulas. A depender de quais as hipóteses de escrita seus alunos estiverem, será necessário adequar as propostas, já que cada fase exige ações específicas.
Por exemplo, os pré-silábicos têm de aprender que utilizamos letras para representar a fala. Os silábicos, aliar o som e a grafia e entender que utilizamos mais de uma letra para cada emissão sonora. Já os silábicos-alfabéticos, ter claro que ora usamos uma letra, ora duas ou mais para cada sílaba. Por conseguinte, as propostas e intervenções serão diferentes. Neste material, você encontrará ideias para se inspirar.
Também é a avaliação diagnóstica que permitirá formar duplas produtivas com conhecimentos próximos, as quais irão contribuir com os avanços.
Com a visão da configuração de sua sala, planeje as ações e atividades que podem permitir atingir os objetivos. Compartilho abaixo o exemplo de plano de ação da professora Érika Cristina da Silva Alencar, que dá aula no 1º ano do Ensino Fundamental em minha escola.
Confira exemplo de plano de ação
Se bem usado, esse plano traz bons resultados, pois permite estabelecer as prioridades, o foco do trabalho e o tempo determinado para se chegar ao seu objetivo.
Eis um aspecto que precisamos sempre estar atentos. Quando for organizar a rotina, tenha um equilíbrio de tipos de atividades que permitam a todos avançarem.
É sempre um grande desafio, porém a nossa reflexão e o nosso olhar para aquilo que estamos propondo são fundamentais. Pergunte-se:
Muitas vezes, “perdemos” tempo insistindo em cópias sem sentido e propostas que não permitam a reflexão sobre a escrita. Com o tempo se esgotando, é fundamental aproveitar cada momento da aula com propostas que realmente atendam ao objetivo de fazer cada um avançar dentro daquilo que precisa.
Vale destacar que você, professora ou professor, precisa ter momentos de atendimento individualizados diariamente com aqueles alunos que ainda não estão alfabéticos. Utilize também atividades diversificadas com esse grupo para dar uma atenção especial para aqueles que mais precisam.
Boas atividades, focadas nas necessidades dos estudantes e que promovam uma real reflexão do sistema de escrita, são cruciais.
Como já disse anteriormente, cada fase da escrita necessita de propostas específicas para que possa haver reflexão a respeito da escrita.
Explorar as letras móveis, aliado a bons questionamentos e intervenções, permite grandes avanços. Por exemplo, ao oferecer o número exato de letras, os silábicos-alfabéticos e os silábicos com valor sonoro têm o desafio de pensar como utilizar todas elas para formar a palavra.
Nunca é tarde para aproximar os responsáveis do trabalho de alfabetização. Um bom recurso é estimular a leitura em casa ou propor jogos de alfabetização que contribuem para o avanço. Antes de fazer isso, é importante fazer uma reunião para apresentar a ideia e explicar o que deve ser feito.
Nesse encontro, costumo explicar quais as fases da escrita e o que eles podem fazer para contribuir. Veja abaixo três ideias que podem ser propostas para as famílias.
Se em sua escola há crianças de outras turmas que não consolidaram o processo de alfabetização, com apoio da gestão escolar, podem reorganizá-las de forma a separar os não alfabéticos dos alfabéticos e, durante uma hora na semana, fazer um trabalho específico para aquele nível de aprendizagem. Então, uma professora fica com os alfabéticos e foca questões que permitam promover o avanço dentro dessa fase, enquanto a outra fica com os demais e traz outro tipo de propostas que permitam trabalhar as necessidades do grupo – o mesmo pode ser separando estudantes em outra hipótese de escrita. Será mais um momento de intervenções pontuais. Ano passado fizemos isso em nossa escola e obtivemos bons resultados!
Não deixe de lado quem já está alfabetizado. Eles também têm muitas questões ortográficas para desenvolver – além de se investir na fluência leitora.
Com um bom planejamento, focando em atividades adequadas e intervenções assertivas, a turma poderá avançar no tempo que resta para finalizar o ano. E então, topa mais esse desafio?
Um abraço!
E até a próxima,
Selene
Selene Coletti é professora há 41 anos na rede pública. Atuou na Educação Infantil e foi alfabetizadora por 10 anos, lecionando do 1º ao 5º ano. Em 2016, foi uma das ganhadoras do Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, com o projeto “Mapas do Tesouro que são um tesouro”, na área de Matemática. Foi diretora de escola e recebeu, em 2004, o Prêmio “Gestão para o Sucesso Escolar”, do Instituto Protagonistes/Fundação Lemann. Atuou como coordenadora do Núcleo de Formação Continuada e também como formadora da Educação Infantil na Prefeitura de Itatiba (SP). Atualmente é vice-diretora da EMEB Philomena Zupardo, em Itatiba.
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