Rotação por estações para desenvolver habilidades matemáticas
Conheça a experiência em uma turma de 5º ano com propostas envolvendo as quatro operações
27/06/2022
Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo! Cadastre-se ou faça login
Compartilhe:
Jornalismo
27/06/2022
Já conversamos por aqui sobre o uso das metodologias ativas em sala de aula, mas hoje trago uma vivência prática da minha escola. A professora Tatiana Garcia tem uma turma do 5º ano muito participativa e heterogênea. Com base em uma discussão com a coordenadora de formações, ela se inspirou na rotação por estações, modelo de ensino híbrido, e está colhendo bons resultados.
Retomando o que é a metodologia
Antes da experiência, vamos retomar a ideia de rotação por estações, revisitando José Moran em seu livro Metodologias ativas de bolso. Nessa obra, ele explica que a rotação por estações “é uma forma interessante de aprendizagem em times” em que se planeja “atividades diferentes – uma ao menos digital – para serem feitas em grupo, com tempos iguais. Podem ser realizadas atividades de leitura, análise, debate, produção de texto, mapa conceitual, vídeo. Um ou mais grupos podem desenvolver atividades online e liberar o professor para que possa acompanhar mais de perto outros grupos. Os grupos se revezam ao mesmo tempo e todos passam pelas diferentes estações. Ao final, é importante que os alunos e o professor compartilhem suas descobertas e questões que a dinâmica suscitou” (p. 61).
Conversando com Tatiana, ela ainda complementou que “todas as atividades trabalham com o mesmo tema central da aula, mas de formas diferentes, buscando contemplar todos os estilos de aprendizagem: visual, auditivo, cinestésico e de leitura e escrita. Os alunos são divididos em grupos entre as estações e devem percorrer todas até o final da aula, como se fosse um circuito”.
Curso gratuito: Rotação por estações
Conheça as características desse modelo de ensino híbrido, seus benefícios e relatos de prática que irão te ajudar a levar a estratégia para sua prática.
Relato de experiência
Com isso em mente, a professora fez algumas adequações – por exemplo, nessa primeira experiência, ela não incluiu uma atividade digital.
A turma pôde trabalhar as habilidades envolvendo as quatro operações por meio de jogos. Ela propôs cinco estações contendo as seguintes atividades: stop de adição e subtração, jogo da velha, stop das operações e dois desafios matemáticos envolvendo o sistema monetário.
Ao planejar as estações, a educadora trouxe atividades independentes mas complementares. Em cada estação, eles tinham tempo suficiente para conseguir concluir a proposta antes de ir para o próximo desafio.
Eles foram divididos de acordo com o conhecimento de cada um, de forma a estimular a aprendizagem colaborativa. Em seguida, a educadora apresentou as tarefas, e eles deram início às atividades.
Como disse no início, a classe é bastante heterogênea. Pensando nos alunos com mais dificuldade, ela propôs que estes focassem no stop de adição e subtração.
No momento da socialização, a professora comentou que todos “demonstraram entusiasmo, reconheceram que precisam estudar mais a tabuada e trabalhar o cálculo mental. Outros reclamaram que alguns não aceitam perder”. A professora conversou sobre o fato e ressaltou a importância da participação.
Matemática: mais dinamismo para as aulas com o GeoGebra
Saiba como utilizar essa ferramenta digital gratuita para engajar a turma e avançar nas aprendizagens matemáticas.
O que podemos aprender com a experiência?
Eu acompanhei a atividade no dia e comprovei – mais uma vez, pois sempre bato nesta tecla – o quanto os jogos permitem que os alunos se envolvam e desenvolvam aprendizagens mais significativas. Todos estavam conectados com as propostas e buscando fazer o melhor.
Outro ponto que vale ser destacado é o planejamento focado nos objetivos de aprendizagem e habilidades bem definidas. A professora buscou diferentes jogos e desafios saindo do lugar comum. Dá um pouco de trabalho, como tudo que fazemos em nossas salas, mas vale a pena. Após a experiência, ela sentiu que os alunos estiveram mais presentes nas aulas.
Tatiana me contou depois quais são as mudanças que pensa fazer para as próximas vezes: aumentar o tempo da dinâmica, acrescentar mais jogos e trazer pelo menos uma proposta online.
Vale dizer também que é uma ótima estratégia para as ações de recomposição de aprendizagens. A professora também usa essa estratégia para sua turma de apoio pedagógico e obteve bons resultados.
E você, já usou a rotação por estações em suas aulas? Ficou com vontade de levá-la para a sua turma? Inspire-se na experiência de Tatiana para planejar um momento parecido no próximo semestre.
Até a próxima!
Selene
Selene Coletti é professora na rede pública há 40 anos. Atuou na Educação Infantil e foi alfabetizadora por dez anos, lecionando do 1º ao 5º ano. Em 2016, foi uma das ganhadoras do Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, com o projeto “Mapas do Tesouro que são um tesouro”, na área de Matemática. Foi diretora de escola e recebeu, em 2004, o Prêmio Gestão para o Sucesso Escolar, do Instituto Protagonistes/Fundação Lemann. Atuou como coordenadora do Núcleo de Formação Continuada e também como formadora da Educação Infantil na Prefeitura de Itatiba (SP). Atualmente é vice-diretora da EMEB Philomena Zupardo, em Itatiba.
Últimas notícias
Cultura
Educação Infantil: dicas para trabalhar o folclore com as crianças
Confira alguns caminhos para consolidar propostas que valorizem as diferentes manifestações culturais do nosso país
Planejamento
Diagnóstico e planejamento para o segundo semestre de aulas
Após um período desafiador, é hora de identificar as lacunas e encontrar caminhos para vencer a defasagem de aprendizagem
Prática pedagógica
Professor iniciante: como fazer uma boa gestão da sala de aula nos Anos Finais do Fundamental
Educadores com mais de 20 anos de experiência em escolas públicas compartilham suas estratégias para lidar com os desafios do início da carreira
Para sua prática
Folclore: 14 materiais para trabalhar o tema o ano todo
Confira uma curadoria de conteúdos com sugestões para todas as etapas
Planejamento
Alfabetização matemática: o que priorizar no segundo semestre
Confira as quatro pontos que não podem ficar fora do seu planejamento