12 sugestões para investir na formação de professores
Para começar bem o ano, aproveite o tempo livre para conhecer livros e materiais on-line sugeridos por educadores e especialistas de diversas áreas
PorMaggi Krause
10/01/2022
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Jornalismo
PorMaggi Krause
10/01/2022
Toda experiência de aprendizagem envolve relações. Seja entre as crianças pequenas, os objetos e os espaços, entre professores que precisam trocar ideias em projetos interdisciplinares ou entre os textos e seus leitores. Estes livros e conteúdos destinados à formação parecem ter privilegiado essas relações, não interessa se o assunto principal for a Educação Infantil, a Matemática ou o feminismo.
Para você, professor, que está em busca de boas referências e materiais para atuar de modo mais consistente e efetivo, pedimos indicações de materiais para educadores e especialistas.
Nosso convite, durante este período de pandemia (que ainda não terminou!), é para repensar as práticas, ter ideias diferentes observando projetos de outros docentes ou ouvindo falas inspiradoras. Confira 12 sugestões para começar o ano com curiosidade, animação e novos conhecimentos.
Quem indica: Denise Guilherme, professora, consultora em projetos de leitura e criadora do clube de assinaturas A Taba.
Este é o mais novo lançamento da pesquisadora colombiana Yolanda Reyes, especialista em formação de leitores. O livro analisa a relação que se estabelece entre as pessoas durante o ato de ler. Ele mostra como as histórias e as imagens trazem as vozes de outros tempos e de outras pessoas, ajudando-nos a compreender o mundo e quem somos neste tempo e neste lugar.
Quem indica: Cristina Aparecida Batista Liuti, professora de Anos Iniciais do Ensino fundamental na rede municipal de Itapevi (SP)
Após a pandemia é urgente repensar as estratégias didáticas. Um sugestão é conhecer a obra de Jonathan Bergmann, um dos pioneiros da sala de aula invertida. O autor explica como a tarefa de casa invertida aumenta a capacidade de aprendizagem dos alunos e propõe atividades engajadoras que os tornam protagonistas em sala de aula. Confira aqui uma entrevista com o especialista no site do Porvir.
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Quem indica: Carla Mauch, coordenadora da Mais Diferenças, organização não governamental que atua no campo da Educação e Cultura Inclusivas.
O material inspira a criação de novos espaços como tocas, tendas e barracas, sugerindo brincadeiras em uma perspectiva da inclusão. Também oferece recursos complementares com acessibilidade: ícones de Comunicação Alternativa, audiovisual acessível com sinais de Libras e três faixas de áudio. A publicação foi desenvolvida pela Mais Diferenças para o Projeto Brincar, iniciativa reconhecida pelo Zero Project, de Viena, como uma das práticas mais inovadoras em Educação Inclusiva na primeira infância.
Quem indica: Felipe Bandoni, assessor de Ciências da Natureza e professor de Ciências na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Santa Cruz, em São Paulo (SP)
Steve Brusatte, paleontólogo e especialista em evolução dos dinossauros, descobriu ossadas em diversos lugares ao redor do mundo e ajudou a nomear mais de quinze espécies. Ele chama de “era dourada” esse período frutífero de descobertas científicas. Com base nas mais recentes, sua narrativa reconstitui o mundo perdido dos dinossauros, explica suas origens enigmáticas, a evolução espetacular, a diversidade impressionante e sua extinção cataclísmica.
Quem indica: Priscila Elisabete da Silva, socióloga, educadora, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e formadora de professores na temática das relações étnico-raciais
A Biblioteca Virtual da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) foi criada para divulgar, promover e reconhecer o protagonismo negro em diferentes campos do conhecimento. Entre os títulos disponíveis para leitura, há clássicos como Lendas africanas dos Orixás, de Pierre Verger, e Problemas de Gênero, Feminismo e Subversão da Identidade, da americana Judith Butler, lançado na década de 1990. Também é possível encontrar obras atuais como Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie.
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Quem indica: Dayse Gonçalves, coordenadora pedagógica, formadora de professores de Educação Infantil e selecionadora dessa etapa no Prêmio Educador Nota 10.
No canal do CEDAC é possível encontrar diversas palestras com ótimas falas de educadoras e autoras envolvidas com a formação leitora das crianças. Um destaque especial para três delas: Critérios para escolha de livros com diversidade negra para as crianças, com Márcia Licá; Leitura com bebês: o que os encanta, com Stela Barbieri, Helo Pacheco e Sandra Medrano, e Leitura e mediação de livro-imagem com Sandra Medrano, Cristiane Tavares e Luísa Setton.
Quem indica: Mirtes Ramos dos Santos Melo, professora na Creche Municipal João Eugênio, no Recife (PE), e uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10 de 2020.
“Afirmo, sem medo de ser repetitivo: a docência e a vida são uma coisa só! Nossas crianças precisam ‘viver a escola’ e não ‘viver na escola’”. A experiência da vida cotidiana é o eixo central da narrativa de Altino José Martins Filho, que pode inspirar a nova geração de professoras e professores da Educação Infantil. A observação de como se organiza o dia a dia e o olhar atento para apreender as vivências das crianças são um convite ao “fazer-fazendo” que ele defende baseado em experiência com um grupo de professoras da rede municipal. Leia mais sobre a obra no blog Diálogos.
Gestão escolar: retome a formação da equipe no presencial
Confira roteiros e materiais para formação de professores, com foco na reconexão dos alunos com a comunidade escolar e na organização do trabalho pedagógico no retorno presencial à escola.
Quem indica: Karina Rizek, especialista em Educação Infantil e consultora associada da AVANTE.
No município italiano Reggio Emilia, uma referência em práticas educativas em creches e escolas da infância, a tecnologia faz parte dos contextos das crianças e se mistura naturalmente com outras linguagens. O catálogo da Mostra Sconfinamenti expõe projetos em que os pequenos se envolvem com as novas mídias, criam significados, modificam e trocam conhecimentos e se expressam com uma poética digital. Para inspirar atividades e imaginar possibilidades na educação infantil.
Quem indica: Greiton Toledo de Azevedo, único brasileiro entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize de 2021, e professor de Matemática na rede pública de Goiânia (GO).
Quem sabe fazer conta não sabe escrever? A prova do contrário é que o autor desse livro sobre Matemática é um dos maiores poetas contemporâneos de língua alemã! E sua narrativa encanta e convence a todos de que os números têm sentido e servem para muitas coisas. O personagem central os considera monstruosos, absurdos e inúteis. Mas, depois de sonhar com um diabo que faz malabarismos com a Matemática, os números se tornam divertidos.
O livro ganhou o Prêmio Monteiro Lobato de Melhor Tradução/Informativo pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
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Quem indica: Lúcia Cortez, diretora da Escola Municipal Professor Waldir Garcia e uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10 em 2020.
Em uma realidade contada pela voz de estudantes, educadores, famílias, lideranças comunitárias, pensadores e profissionais da educação, o leitor é convidado a conhecer 15 escolas com diferentes contextos e concepções de Educação. A obra pode te ajudar a compreender como os atores escolares podem se tornar agentes de transformação. O livro é uma iniciativa do programa Escolas Transformadoras Brasil, da Ashoka e correalizada pelo Alana. Ele pode ser baixado gratuitamente aqui.
Quem indica: Janaína Dias Felipe, coordenadora do Núcleo de Estudos para Relações Étnico-raciais da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (MG), e organizadora do Site Rede Nea Onnim
Fruto das experiências pedagógicas de Luana Tolentino em escolas periféricas da rede pública de Belo Horizonte, o livro é uma lição sobre os princípios essenciais para uma Educação emancipatória.
A educadora, que é professora de História e atua com formação de professores, não romantiza as dificuldades no ensino, mas mostra que é possível promover a empatia, o diálogo e a construção conjunta em sala de aula. Com projetos significativos que dialogam com a vida de crianças e jovens e iniciativas interdisciplinares, ela transforma o ambiente escolar, favorecendo o protagonismo, a inclusão e a aprendizagem.
Quem indica: Arabelle Calciolari, uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10 em 2019, e coordenadora pedagógica no Centro Internacional de Estudos, Memórias e Pesquisas da Infância, da Gestão de Educação do município de Jundiaí (SP)
O livro ajuda a entender por que ainda seguimos o modelo tradicional de ensino e como podemos mudar nossas práticas. “Se toda a comunidade escolar entender que precisamos trabalhar de maneira multidisciplinar, teremos uma educação mais ligada à realidade e mais significativa para nossas crianças e adolescentes”, diz Arabelle ao indicar a leitura. A especialista Heloísa Lück apresenta conceitos e fundamentados que orientam a interdisciplinaridade e aponta como os educadores podem se organizar para o trabalho com projetos.
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