Alfabetização Matemática: como saber se posso avançar nas habilidades?
Conheça algumas dicas de como propor avanços no trabalho com as habilidades matemáticas
29/03/2021
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Jornalismo
29/03/2021
Já conversamos sobre as questões da alfabetização Matemática, o letramento e a importância de alfabetizar letrando. Sabemos que na atual situação que vivemos é importante priorizar, a partir da avaliação diagnóstica, quais habilidades precisarão ser trabalhadas ao longo do ano letivo. Nesse processo, é importante levar em consideração o que os alunos sabem e precisam saber, e não apenas o ano escolar em que estão no momento.
Para começar a planejar, é necessário pensar primeiro quais as habilidades que queremos trabalhar antes de pesquisar sugestões de atividade. Por exemplo, se quero ensinar como contar, ler e comparar números, uma boa estratégia é trabalhar o jogo de percurso – neste texto falei sobre a enorme variedade para ser construído e reinventado quando pensamos em jogos matemáticos. Perceba que primeiro pensei nas habilidades antes de propor o jogo.
A partir dessa proposta, o aluno desenvolve as habilidades citadas anteriormente de uma forma significativa. Para estimular a turma, o professor poderá problematizar situações vivenciadas durante o jogo como “quanto preciso tirar no dado para chegar até a casa 25, se estou na 19?”, ou questionar as próprias situações durante o jogo ao intervir nos diferentes grupos.
Caso esteja trabalhando remotamente também é possível utilizar a proposta solicitando que a criança jogue com os membros da família. Outro caminho é usar o recurso da sala simultânea no Zoom e cada aluno joga com seu tabuleiro. Para saber quem está ganhando, precisará comparar as casas durante as jogadas. Seu papel, professor, será fundamental seja na organização dos grupos, seja nas intervenções pontuais que fará sobre o que estão realizando.
As habilidades citadas inicialmente podem também ser trabalhadas por meio de situações-problemas para serem resolvidas em pequenos grupos. Se estiver no ensino remoto, pode usar o recurso das salas simultâneas e fazer boas intervenções.
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O professor deve ter nítido o que a turma sabe e o que precisa saber a respeito das habilidades que ele quer focar para poder planejar boas propostas. Para tal, é fundamental que o educador faça um acompanhamento da aprendizagem dos alunos para verificar como está a compreensão das habilidades. Reuni 3 dicas para facilitar esse trabalho:
O educador precisa fazer uma observação atenta e registrar suas percepções. As anotações permitem uma análise mais detalhada e servem para subsidiar o planejamento de novas propostas, além de ir (re)desenhando o perfil da turma.
Para fazer isso, o professor pode usar pautas de observação ou gravar os momentos para analisar depois – esta agora é uma possibilidade mais fácil com as aulas remotas. Por exemplo, voltando à proposta do jogo, é necessário analisar como o aluno está jogando, compreendendo as regras, as estratégias que usa para contar e comparar a sua posição no tabuleiro em relação aos demais participantes.
Dar ao aluno a oportunidade de participar do processo de avaliação – que também é uma forma de trabalhar o protagonismo - é um caminho para compreender o que ele sabe a partir do seu próprio olhar.
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Para fazer isso, é possível solicitar que os estudantes escrevam ou gravem áudios contando as suas facilidades, desafios e aprendizagens diante da proposta. Analisar essas respostas irá permitir compreender o que o aluno sabe e o que ainda precisa ser aprofundado. Dessa forma, o professor tem subsídios para fazer o planejamento de uma nova proposta ou dar continuidade à mesma.
Trazer propostas diferentes envolvendo a mesma habilidade é outra possibilidade. Por exemplo, propor outras situações - problemas ou outros tipos de jogos nos quais a turma coloque em ação as mesmas habilidades.
A partir dessas atividades, o professor irá saber o que seu aluno já avançou e o que ainda precisa aprender sobre aquela habilidade, se podem avançar ou se precisa dar continuidade ao que está trabalhando.
Quando o professor estiver fazendo o planejamento, ele precisa sempre criar propostas que sejam desafiadoras e que ajudem os estudantes a avançarem na construção do conceito que se está querendo construir, seja de forma presencial ou não.
E você, professor e professora, como realiza este trabalho? Conte para mim aqui nos comentários.
Um abraço e até a próxima,
Selene
Selene Coletti é professora há 40 anos na rede pública. Atuou na Educação Infantil e foi alfabetizadora por 10 anos tendo trabalhado do 1º ao 5º ano. Recebeu, em 2016, da Fundação Victor Civita, o Prêmio Educador Nota 10 com o projeto “Mapas do Tesouro que são um tesouro”, na área de Matemática. Foi diretora de escola e recebeu, em 2004, o Prêmio “Gestão para o Sucesso Escolar”, do Instituto Protagonistes/Fundação Lemann. Atuou como coordenadora do Núcleo de Formação Continuada e também como formadora da Educação Infantil, na Prefeitura de Itatiba. Atualmente é vice-diretora da EMEB Philomena Zupardo, em Itatiba.
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