BNCC: leve as competências tecnológicas para a sala de aula
O documento entrará em vigor em 2020. Como abrir espaço nas suas aulas para as competências tecnológicas da Base?
03/12/2019
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Jornalismo
03/12/2019
Estamos na reta final de mais um ano letivo, hora de realizar um balanço dos meses passados e também uma oportunidade para pensar no futuro e tirar dúvidas existentes a respeito do documento norteador Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, que entrará em vigor oficialmente em 2020.
A BNCC traz 10 competências de ensino relacionadas diretamente ao desenvolvimento integral dos estudantes. Você sabe quais são as competências tecnológicas e como ela terá espaço nas suas aulas?
Compreendendo as competências tecnológicas
É fato que nossos estudantes nasceram na era digital e as relações de aprendizagem mudaram. Por isso, o documento carrega esse olhar para a aprendizagem que se dá por meio da tecnologia. A BNCC também coloca a competência que permeia o digital como linguagem a ser utilizada e que dará ênfase ao senso crítico e estético.
Para compreender melhor os propósitos da BNCC é necessário entender que a tecnologia é uma propulsora da aprendizagem, que se dará de maneira transversal e possibilitará também o trabalho interdisciplinar.
Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Fonte: Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Na Competência 4, por exemplo, o digital aborda o sentido de ser trabalhado de maneira híbrida, contemplando diferentes meios (plataformas) e expressões, permitindo aos estudantes encontrar maneiras de conectar ao mundo impresso o digital, incluindo as diferentes facetas, letramentos e multiletramentos.
Já a quinta competência foca na tecnologia de maneira específica, compreendendo sua abrangência nos diferentes meios e suportes tecnológicos, permitindo que o estudante não seja apenas consumidor de tecnologia, mas também produtor dela, compreendendo dados e fontes de informação.
Ambas as competências perpassam o viés crítico, de permitir aos estudantes serem protagonistas e buscarem a autoria no processo de aprendizagem.
Ok, mas como levar para a sala de aula?
O primeiro passo é compreender os propósitos apresentados pela BNCC em relação às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), entendendo que são nortes para atuação com o trabalho de tecnologia dentro da sala de aula.
Na sequência, é essencial olhar para o planejamento e para o currículo e compreender os recursos e as metodologias que atendam ao desenvolvimentos destas competências, encontrando maneiras de desenvolvê-las. Um exemplo é pensar como é possível desenvolver a criticidade trabalhando com notícias falsas, também conhecidas como fake news. Ou como a linguagem de programação pode auxiliar os estudantes a visualizar e compreender o que pode estar por trás dos dados.
Assim, as tecnologias digitais precisam estar presentes no processo de ensino e aprendizagem e a cultura digital é um importante pilar para o desenvolvimento da criatividade e da inventividade.
O melhor caminho para levar esses conhecimentos para a sala de aula é trabalhar com as metodologias ativas, que visam tirar o aluno da passividade e trazê-lo para o centro do processo de aprendizagem por meio de vivências, e trabalhar com tendências - como a cultura maker, a linguagem de programação, a robótica, o letramento digital - que não são específicos de uma disciplina e que podem ser trabalhada em todas.
E você, querido professor? Como trabalha com as competências tecnológicas em suas aulas? Conte aqui nos comentários e compartilhe a sua experiência com outros educadores.
Um abraço,
Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.
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