Educomunicação: o que é e como usar na sua aula
Fazendo uso da Educomunicação, o professor pode desenvolver várias atividades com os estudantes, desde a criação de uma rádio, de um jornal interativo até entrevistas com podcasts
13/08/2019
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Jornalismo
13/08/2019
Você já observou como seus alunos estão cada dia mais conectados e aprendendo a partir de recursos audiovisuais? Dar voz aos estudantes e envolvê-los no processo de aprendizagem de pertencimento através da Educomunicação é essencial para dar sentido às atividades e ao currículo escolar.
A Educomunicação propõe uma intervenção a partir de Educação para a mídia, ou seja, o professor e os estudantes desenvolvem em sala de aula conteúdos educativos, fazendo a gestão democrática das mídias práticas de ecossistemas comunicativos abertos e criativos.
A Educomunicação possibilita ampliar o diálogo, a participação e a criatividade em espaços formais e informais de aprendizagem. Dentro do ambiente escolar, suas ações ampliam capacidade de expressão dos estudantes e também estimulam o pensamento crítico sobre as informações que eles consomem diariamente nos veículos de comunicação. Além disso, as crianças e adolescentes também podem ser protagonistas na produção dos seus próprios conteúdos.
SAIBA MAIS
Aplicativo do Núcleo de Educomunicação da Rede Municipal de Ensino http://app.vc/educomsme
Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação: Contribuições para a reforma de Ensino Médio – Editora Paulínias - Ismar De Oliveira Soares
Lei 13.941/2004 – Programa Educom – Educomunicação pelas Ondas do Rádio“A sala de aula é um espaço para as relações humanas”, diz o professor Carlos Alberto Lima. “É também um território dedicado à apropriação, construção e produção de conhecimento”. A proposta da Educomunicação para as aulas é exatamente alinhar relações humanas e aprendizagem.
As linguagens de comunicação e as tecnologias midiáticas têm papel fundamental nos processos educomunicativos. “São meios para que os estudantes possam expressar a sua criatividade, desenvolver a comunicação, engajar-se coletivamente e integrar suas impressões e pontos de vistas no processo de construção do conhecimento e autoria”, diz Carlos.
Na sala de aula, muitas atividades podem ser desenvolvidas com os estudantes, desde a criação de uma rádio, de um jornal interativo, passando por podcasts com entrevistas, usando recursos gratuitos como audacity, blogs e recursos como o celular, aos quais o estudante pode recorrer.
O professor enfatiza que é preciso criar ambiência na sala de aula que propicie o diálogo e a interação entre estudantes e dos estudantes com o professor. A participação do professor como mediador do processo é fundamental para a fruição da proposta nas aulas.
“A Educomunicação cria oportunidades de integrar conteúdos curriculares com as percepções de mundo dos estudantes”, afirma o professor. “Os alunos podem aproveitar a oportunidade para desenvolver intervenções sociais na comunidade por meio da produção de vídeos, programa de rádio, jornal estudantil, jornal comunitário, postagem de matérias jornalística nas redes sociais da escola, realização de mostras fotográficas e realização de cineclubes para atender a comunidade escolar”.
Os benefícios são muitos para a aprendizagem. Os alunos exercitam a leitura, a compreensão textual, trabalham com diferentes gêneros textuais e ainda diversas formas de comunicação verbal, não verbal e textos multimodais. Eles desenvolvem seu senso crítico em entrevistas e ficam conectados com o mundo a partir de suas visões ao criar pautas e trabalhar com temais atuais.
Com ferramentas digitais, os estudantes podem recorrer a editores de áudio, de vídeo como VSDC ou OpenShot, de imagem GIMP, diagramadores para editoração de jornal ou revista Scribus ou Publisher, produção de história em quadrinhos Hagaquê e de criação de vídeo de animação Muan. São aplicativos gratuitos que podem transformar as aulas em um centro de produção de mídia.
E você, querido professor, como trabalha com a Educomunicação em suas aulas. Conte aqui nos comentários.
Um abraço,
Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.
Carlos Lima é professor da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, atua desde 2006 na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo como Coordenador do Núcleo de Educomunicação. Radialista, especialista em Educomunicação formado pela ECA/USP e em Letras pela Unicsul, desenvolveu os projetos Rádio Escolar em 1999 e Imprensa Jovem em 2005. Atuou como conselheiro Municipal de Ciência Tecnologia e Inovação na cidade de São Paulo. Ganhador do prêmio Mariazinha Fusari de Educomunuicação da ECA USP e vencedor e do prêmio Aprendizagem Criativa do MIT com o Programa Imprensa Jovem – Criando Agências de Notícia.
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