Quem estuda para ser professor no Brasil?
Estudo analisa as mudanças no perfil dos alunos das licenciaturas na última década
01/08/2019
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Jornalismo
01/08/2019
O livro Professores do Brasil: Novos cenários de formação, publicado pela Unesco em parceria com a Fundação Carlos Chagas, traz uma boa notícia na formação inicial de professores: a maior diversidade no perfil dos alunos matriculados nas licenciaturas. “O que temos hoje é alguém procedente das classes populares, com uma representação maior de pardos, negros e indígenas. Isso é um avanço”, explica Elba Barreto, uma das autoras da pesquisa, que analisa dados educacionais da última década. Os negros ou pardos, por exemplo, que são 51% da população brasileira, passaram a ser maioria nos cursos de formação de professores, saindo de 35,9% em 2005 para 51,3% em 2014, de acordo com as respostas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “É uma população que chegou ao nível superior e que tem outra visão de mundo e mais identidade com o aluno”, diz Elba. Confira, no infográfico ao lado, os principais resultados do estudo.
QUEM ESTUDA PARA SER PROFESSOR?
Apesar dos desafios, o perfil de quem quer ser professor está menos elitizado e mais próximo do que é a sociedade brasileira.
EM EXPANSÃO
Nos últimos 10 anos, os alunos matriculados em cursos de licenciatura passaram de 659 mil em 2001 para 1,5 milhão em 2016, o que representa um aumento de 131% nas matrículas.
A COR DO PROFESSOR MUDOU
Em 2014 havia mais docentes negros e pardos que em 2005
BRANCOS: 46,1% em 2014, ante 61,3% em 2005 (todas as licenciaturas)
NEGROS: 53,1% em 2014, ante 35,9% em 2005 (todas as licenciaturas)
Em 9 dos 14 cursos de licenciatura a representação dos negros é igual ou maior do que 51% em 2014. Os indígenas estão presentes em todos os cursos de licenciatura, embora em menor número
Na pedagogia
61% brancos em 2005. Em 2014, 47,5% eram brancos
36,2% de negros/pardos em 2005. Em 2014, 50% dos alunos eram de negros/pardos.
FORMAÇÃO
81,4% dos futuros docentes estavam matriculados em universidades privadas em 2016
IDADE
Estudantes de licenciatura estão mais velhos. Em 2005, jovens (18-24 anos) eram 50,5%. Já em 2014, esta faixa etária encolheu para 35,5%.
Na pedagogia
Em 2005, 34,7% dos estudantes de licenciatura tinham entre 18 e 24 anos
Em 2014, 34,4% dos estudantes de licenciatura tinham entre 30 e 39 anos
PERFIL SOCIOECONÔMICO
25% de todos os concluintes de licenciaturas são muito pobres (renda de até 1,5 salário mínimo)
R$ 1.086 era o salário mínimo em 2014
60,2% contribuem para o sustento da família
EU, PROFESSORA
Mulheres são maioria na Pedagogia, homens na Física.
Cursos com mais mulheres
93,7% Pedagogia
79,3% Letras
73,6% Ciências Biológicas
Cursos com mais homens
69,3% Física
66,6% Música
Cursos com paridade de gênero
Matemática: 49,8% mulheres e 50,2% homens.
Geografia: 55,3% mulheres e 44,7% homens.
História: 57,4% mulheres e 42,6% homens.
Fonte: Professores do Brasil: Novos Cenários de Formação, de Bernadete Gatti, Elba Siqueira de Sá Barreto, Marli Eliza Dalmazo Afonso de André, Patrícia Cristina Albieri de Almeida, Unesco (2019)
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