Com as mãos na terra e a cabeça no planeta
Em Bali, escola cooperativa feita de bambu por empresário canadense inspira crianças de todo o mundo a ter consciência ambiental
01/12/2011
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Jornalismo
01/12/2011
São 8 da manhã. A névoa se dissipa, revelando os campos de arroz em meio à floresta tropical. O havaiano Stanley Porteus, 8 anos, anda pela trilha que o levará à escola e passa pela horta chamada de jardim comestível. A primeira aula do dia, sobre a cultura do arroz, é dada por um mestre balinês que ensina técnicas ancestrais de plantio.
Com pequenas variações, essa cena é protagonizada por 281 crianças e jovens entre 3 e 17 anos, que vieram dos quatro cantos do mundo para a Green School, localizada em Ubud, na área rural de Bali, Indonésia. Cerca de 20% dos estudantes são balineses e não pagam a mensalidade (média de 900 dólares). A escola foi inaugurada em 2008 pelo canadense John Hardy e busca aliar conteúdos escolares com a conscientização sobre a conservação do planeta. "Quero formar crianças que possam, futuramente, ser os líderes da sustentabilidade", diz Hardy. Em 2004, após assistir ao documentário Uma Verdade Inconveniente, do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, ele se mudou para Bali e resolveu investir em Educação. Para a construção, elegeu o bambu: "Não seria possível vivenciar a preservação ambiental sentado em pedaços de árvores da floresta".
Depois das aulas de Matemática e Arte, Stanley encontra os pais no refeitório. Quem quiser se servir da comida ocidental ou da indonésia, feitas com ingredientes orgânicos, paga 20 mil rúpias (cerca de 2 dólares). À tarde, é hora de aprender Inglês e mais ecologia. As disciplinas regulares são certificadas pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e as demais, pela cultura local.
Os encontros para tratar de projetos socioambientais geralmente começam às 16h30, com grande participação dos pais. A reunião desse dia era sobre as placas solares feitas pelos alunos mais velhos, que deixarão a Green School e os agricultores livres da rede elétrica.
Para Hardy, os alunos farão a diferença no planeta se estiverem conectados com a terra. Olhando Stanley e os colegas plantando arroz com um sorriso no rosto, é fácil entender essa conexão.
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