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Jornalismo

Bolsonaro chama manifestantes de "idiotas úteis"

“Você pergunta a fórmula da água e eles não sabem”, disse o presidente, em Dallas (EUA)

PorPaula Peres

15/05/2019

O presidente Jair Bolsonaro conversa com jornalistas em frente ao hotel onde está hospedado, em Dallas (EUA). Crédito: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro chamou os manifestantes que participam dos protestos contra o corte de verbas para a Educação de "idiotas úteis". Na frente do hotel em que está hospedado, em Dallas, nos Estados Unidos, cercado de apoiadores que gritavam "mito", Bolsonaro disse que eles são “massa de manobra”. Veja a íntegra do comentário:

"É natural, é natural. Agora, a maioria ali é militante, não tem nada na cabeça. Se perguntar 7x8 pra ele, não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais no Brasil".

No Brasil, o vice-presidente Hamilton Mourão preferiu adotar uma postura menos polêmica ao limitar-se a dizer que os atos contra o bloqueio de verbas para a Educação “fazem parte do sistema democrático”, de acordo com informações de O Globo. “A manifestação faz parte do sistema democrático, desde que seja pacífica, ordeira e não limite o direito de ir e vir das outras pessoas, é uma forma que aqueles que se sentem inconformados têm de apresentar o seu protesto”.

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Sobre o contingenciamento no orçamento das universidades e institutos federais, Bolsonaro disse tratar-se de uma medida inevitável. “Simplesmente não tem dinheiro", afirmou. Em seguida, ele trocou a palavra corte por contingenciamento, o mesmo termo usado pelo ministro Abraham Weintraub. "Não existe corte. Hoje nós temos um problema, eu peguei um Brasil destruído economicamente. As arrecadações, não era aquela prevista por quem fez o orçamento, e se não houver contingenciamento, eu simplesmente entro de encontro à lei de responsabilidade fiscal. Então, simplesmente não tem, não tem dinheiro. É o que qualquer um faz: não tem, tem que contingenciar. Agora gostaria que nada fosse contingenciado, gostaria, em especial a Educação.

O presidente também comentou os resultados educacionais do Brasil em provas externas que, segundo, ele, estão “deixando a desejar” e são “cada vez mais ladeira abaixo” desde os anos 2000. “Você pega as provas do PISA, que eu peguei agora, de três em três anos, de 2000 pra cá, cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos, na 9ª série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro dessas pessoas? Falam que falta, estão desempregados, 14 milhões... Sim, parte deles não tem qualquer qualificação porque esse cuidado não teve nas administrações do PT ao longo de 13 anos".

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