A hora de estudar sozinho e ver o que aprendeu
Quando é desafiadora, a lição de casa desenvolve a autonomia do aluno e fornece valiosas informações sobre o trabalho do professor
PorNOVA ESCOLAFernanda SallaElisângela Fernandes
01/07/2011
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Jornalismo
PorNOVA ESCOLAFernanda SallaElisângela Fernandes
01/07/2011
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o nome é tema. Em Minas Gerais, para casa. E em diversos outros estados, a tarefa é chamada de lição de casa. Independentemente do nome que recebe, quando a atividade é desafiadora e bem elaborada, todos saem ganhando. Para o aluno, é o momento de, sozinho, ler, pesquisar, verificar o que aprendeu, levantar dúvidas, sistematizar conhecimentos e reforçar a aprendizagem - atitudes de um estudante cada vez mais autônomo. Para o professor, é uma forma de avaliar se os objetivos foram cumpridos, o que a turma aprendeu, as diferenças individuais e o que retomar.
Infelizmente, ainda são comuns as situações em que o dever de casa é prescrito simplesmente por tradição, sem que haja uma intencionalidade pedagógica. "Em muitos casos, ele é proposto apenas como uma obrigação que o aluno precisa cumprir para obter a aprovação e até mesmo como uma forma de castigo", afirma Tânia de Freitas Resende, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em lição de casa.
Apesar de antiga, há muito incorporada à cultura escolar e vista como uma extensão natural do trabalho em sala, essa prática não recebe a merecida atenção. Assim como qualquer outra atividade escolar, a lição de casa precisa ser bem planejada para alcançar seus objetivos. Só assim, ela vai efetivamente potencializar o trabalho pedagógico e ampliar as oportunidades de aprendizado num tempo de trabalho extraaula.
Para a lição funcionar, é preciso orientar bem o aluno e a família
A dinâmica só dá resultado - é importante lembrar - se o hábito de estudar em casa for construído. Cabe à escola criar essa rotina ao propor atividades articuladas ao conteúdo visto em sala e orientar como elas devem ser feitas pelo aluno, sozinho. "A eficácia depende do planejamento feito pelo professor e pela coordenação pedagógica, e não da ajuda dos pais", diz Maria Eulina Pessoa de Carvalho, docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e especialista no tema.
Por articular escola e família, muitas vezes a lição de casa se torna um foco de conflitos. Entre as queixas mais recorrentes dos professores está a falta de participação dos familiares ou a sua interferência, realizando e corrigindo as atividades passadas para as crianças (leia o quadro). Para ajudá-lo a orientar os responsáveis e a propor boas atividades para casa, NOVA ESCOLA ouviu especialistas e professores que usam bem esse importante recurso pedagógico. Confira como devem ser encaminhadas as quatro etapas essenciais desse trabalho: planejamento, orientação, correção e avaliação.
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