Ciências - Português - Ler e escrever, muito prazer
PorNOVA ESCOLA
31/05/2000
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Jornalismo
PorNOVA ESCOLA
31/05/2000
Ciências
A luz que vem do vento
"Como mostrar aos alunos, na prática, o funcionamento da fonte de energia eólica?"
Margarete Camponogara Utzig
Uruguaiana, RS
Rigorosamente a energia eólica se deve ao Sol. Isso porque ele aquece de forma diferenciada a Terra. Da diferença de temperatura entre regiões nasce o vento. Há muitos séculos os homens constróem moinhos de vento para triturar grãos. Neles, o movimento das pás é transmitido por engrenagens aos mecanismos para trituração. Mais tarde descobriu-se que o giro das pás dos moinhos poderia ser transmitido para enormes dínamos, gerando eletricidade. Hoje no Brasil temos vários centros de geração de energia eólica com bom rendimento.
Você pode construir um sistema para aproveitamento de energia eólica usando apenas um minimotor elétrico, do tipo usado em toca-discos ou em carrinhos de autorama, um led (lâmpada de painel), um cata-vento e uma seringa de 5 mililitros.
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Foto: Louise Chin
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Resposta de Aníbal Fonseca, físico, coordenador do Atelier de Brinquedos Científicos e do Núcleo de Assessoria Ciência Prima |
Português
Compreendendo (mesmo) um texto
"Acompanho um aluno da 4ª série que tem dificuldades na interpretação de textos. Ele tem ?preguiça? de ler e sai ?catando? as respostas no texto. Gostaria de orientação e indicações de livros que possam ser adequados."
Ângela Rolla Guimarães
Belo Horizonte
Compreender um texto escrito significa entender a situação em que foi produzido. Quem é o autor? Qual sua intenção com aquele texto? Que relação há entre o título e o tema? Que tipo de texto é? Como ele é tratado? Na prática de ensino de leitura é essencial propor um trabalho que vá explicitando esse processo de leitura com o aluno ? e, assim, abandonar a velha e ineficaz receita de decifrar palavras, "catando" as respostas. Hoje defendemos um trabalho com leitura que:
? faça uma seleção variada, trazendo os textos que estão no mundo, ampliando o acesso e o repertório textual do aluno;
? discuta o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto a ser lido, o autor e o gênero do texto;
? proponha objetivos de leitura ("ler para quê?");
? reflita sobre os recursos usados no texto;
? contribua para que o aluno seja leitor e também produtor de textos diversos.
Alguns livros podem ajudar, como: Ler e escrever ? Entrando no Mundo da Escrita de AnneMarie Chartier, Cristiane Clesse e Jean Hébrard (Ed. Artes Médicas); Além da Alfabetização, de Ana Teberosky (Ed. Ática); Oficina de Leitura, de Ângela Kleiman (Ed. Pontes).
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Foto: Marcelo Min
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Resposta de Alfredina Nery, graduada em Letras, mestre em Psicologia da Educação e assessora pedagógica das prefeituras de Guarulhos (SP) |
Ler e escrever, muito prazer
Em busca de lugares incomuns
Antigamente se dizia que, diante de um crime ou suspeita de crime, a polícia instaurava inquérito. Deveria bastar, mas não: num país como o nosso, em que as investigações geralmente dão em nada, a certa altura foi preciso acrescentar um adjetivo -- "rigoroso inquérito". E sabe Deus se não chegaremos um dia ao "rigorosíssimo", ao "rigorosérrimo".
O exemplo não ilustra só a impunidade. Mostra, também, como a linguagem pode perder a sua força. Palavras são como pilhas, vão gastando sua carga. E, se uma pilha gasta já não serve, o mesmo acontece com palavras ou expressões que, esvaziadas de significado, terminam, como esse "rigoroso inquérito", transformadas no que chamamos de lugar-comum.
O nome diz tudo: lugar-comum é algo que, de tão batido, perdeu a força. Coisas que a gente sai repetindo automaticamente, como "legião de fãs", "degraus da fama", "livre como um pássaro" ? para não falar em bobagens como "amigo pessoal" (existe amigo impessoal?).
Não pense que é implicância ou mania de originalidade. Não se trata de proibir o emprego disso ou daquilo, mas de atentar para as possibilidades expressivas da língua portuguesa. Se temos coisas novas a comunicar ? numa sala de aula, num artigo, num bate-papo ?, queremos que a mensagem chegue da melhor forma possível. E é um contra-senso usar uma linguagem velha exatamente quando se quer dizer o novo. Em nome da boa comunicação, ela precisa ser viva, funcional.
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Foto: Sérgio Duti
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Humberto Werneck é escritor (O Desatino da Rapaziada ? Cia. das Letras, entre outros) e jornalista |
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