Incentivar as crianças a revidar agressões
Assim não dá!
PorBeatriz VichessiBeatriz Levischi
01/10/2008
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Jornalismo
PorBeatriz VichessiBeatriz Levischi
01/10/2008
A razão que leva uma criança a agredir outra, verbal ou fisicamente, não é maldade pura, e sim a incapacidade de resolver a questão de outra forma. O mesmo se dá com o revide. Ao instruir que responda um tapa, uma mordida ou um xingamento na mesma moeda, o educador ajuda a conservar a justiça retributiva, comum entre 3 e 7 anos e em sujeitos que mesmo adultos são incapazes de eleger outras alternativas. Diferentemente da construção da autonomia, é firmado o conceito de heteronomia: a pessoa só obedece as regras quando lhe convém e se existe alguém que supervisiona. O correto é guiar os pequenos para que encontrem soluções civilizadas, que envolvam diálogo, porque não se bate em ninguém, ainda que se tenha apanhado. "Por que você deixou que seu colega batesse em você?" é uma boa pergunta a ser feita, pois ajuda a despertar em quem sofreu a agressão um sentimento precursor da justiça - a indignação - que vai auxiliar na busca de uma solução correta e na conquista da autonomia. A criança não deve ficar livre para fazer o que quiser. É papel do professor ajudá-la a pensar as possibilidades, antecipar os resultados de suas ações e compreender o valor de regras de convivência. A tolerância é necessária para que todos convivam em harmonia e a escola, que insere a criança no mundo público, tem de tê-la como um ideal.
Consultoria Luciene Tognetta, pesquisadora do Laboratório de Psicologia Genética da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.
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