4 fatos religiosos já estudados pela Ciência
A arqueologia bíblica é controversa, mas há evidências para vários episódios da tradição judaico-cristã. Conheça alguns deles
PorNOVA ESCOLA
04/10/2016
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Jornalismo
PorNOVA ESCOLA
04/10/2016
A reportagem Manto em Exposição (VEJA 2422, 20 de abril de 2015) mostra que o Santo Sudário, manto que teria envolvido o corpo de Jesus no Sepulcro, após a crucificação, será exibido em Turim, na Itália. O pano de linho com 4,36 metros de comprimento e 1,1 metro de largura é considerado uma das mais valiosas relíquias cristãs. Ao longo dos últimos séculos, a autenticidade da peça se transformou no centro de uma das polêmicas científicas mais acaloradas da história, envolvendo muitos estudiosos.
Em 1973, o Vaticano liberou o sudário para análises científicas e o criminologista suíço Max Frei descobriu que o tecido possui vestígios de pólen de plantas que existiam na Palestina no início da era Cristã, um indício importante a favor da autenticidade da peça. Em 1988, no entanto, um consórcio de três laboratórios concluiu, com base no método de datação do carbono-14, que a peça teria sido produzida entre os anos 1260 e 1390 - mas nem esse resultado trouxe um consenso científico. Vários estudos foram realizados desde então. O trabalho mais recente, feito pelo historiador da arte Thomas de Wesselow, é de 2012. Ele afirma que, se não há evidências de que o manto teria coberto Jesus, também não há provas conclusivas de que não teria sido usado para essa finalidade.
Como mostra o santo sudário, a arqueologia bíblica é controversa.Veja a seguir outras descobertas da Ciência sobre temas religiosos.
1. Ossário com a inscrição "Judá, filho de Jesus" e um túmulo descoberto em um canteiro de obras em Israel
Os dois artefatos antigos encontrados desencadearam um debate arqueológico e teológico acirrado nas últimas décadas. No centro da discussão estão inscrições que levaram alguns a sugerir que Jesus de Nazaré era casado e teve um filho e que a Ressurreição jamais poderia ter acontecido.
2.Descoberta do local onde Jesus teria sido julgado
O anúncio foi feito em janeiro de 2015 por arqueólogos israelenses. Eles teriam descoberto os restos do palácio do rei Herodes ao lado do Museu da Torre de Davi. No local, o governador romano Pôncio Pilatos teria condenado Jesus à morte, segundo o relato da Bíblia.
As possíveis pistas do palácio foram encontradas durante escavações que tinham como objetivo inicial a expansão do Museu da Torre de Davi, planejada há 15 anos. Os profissionais envolvidos no trabalho sabiam que o prédio, localizado no lado ocidental da cidade, havia sido usado como prisão quando a cidade estava sob domínio otomano e britânico e que o local preserva um punhado de importantes descobertas de todo os séculos. Nas paredes, há símbolos gravados por prisioneiros da resistência judaica lutando para criar o Estado de Israel em 1940, bacias usadas para tingimento de tecidos do período das Cruzadas e um sistema de esgoto que provavelmente pertenceu ao palácio construído por Herodes, o Grande, o excêntrico rei da Judeia sob o Império Romano, já morto quando Jesus foi condenado. relatos arqueológicos, históricos e religiosos indicam que se trata do lugar
3. Palácio pertencente ao bíblico Rei Davi
Em 2013, uma equipe de arqueólogos israelenses afirmou ter descoberto as ruínas de um palácio pertencente ao bíblico Rei Davi, um grande complexo fortificado a oeste de Jerusalém, em um local chamado Khirbet Qeiyafa. Outros especialistas israelenses, porém, contestaram a descoberta. A equipe encontrou objetos de culto tipicamente usados por judeus, súditos do rei Davi, e não viu nenhum vestígio de restos de porcos. A carne de porco é proibida pelas leis judaicas. Indícios como estes, podem ser interpretados como evidências de que David e seus descendentes tinham governado no local.
4. Objetos que correspondem a descrições feitas na bíblia sobre palácio e templo do rei Salomão
Em 2012, arqueólogos israelenses encontraram várias peças de culto em uma jazida perto da cidade de Beit Shemesh, a cerca de 35 quilômetros de Jerusalém, que permitiram interpretar a descrição que a Bíblia faz dos reinados de Davi e Salomão. A descoberta consiste em três caixas de pedra bem talhadas, e de até 20 centímetros de altura, usadas para conservar objetos de culto divino. Seu desenho corresponde a descrições feitas na Bíblia do palácio e do templo de Salomão. De cor bege rosada, duas das caixas têm uma espécie de pórtico cuja descrição aparece no primeiro livro de Reis.
CONSULTORIA Pedro Paulo Funari, arqueólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Livraria Judaica Virtual (em inglês)
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