Como saber se o seu plano de aula está bom?
Confira algumas perguntas que você pode fazer ao seu próprio planejamento
PorMara Mansani
26/07/2018
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Jornalismo
PorMara Mansani
26/07/2018
Uma das coisas que aprendi participando da produção dos Planos de Aula de Matemática da Nova Escola foi aprender a avaliar um plano de aula. Ou seja, saber quais são os elementos que levam esse planejamento a ser considerado de qualidade.
Talvez você pense, como eu pensava: "Mas eu já faço isso!", mas na verdade, estudando e trocando experiências com meus colegas, entendi que avaliá-los vai muito além de um primeiro olhar para saber se tem qualidade ou não tem. É preciso fazer uma análise e uma reflexão mais profundas de cada elemento que compõem o plano, para então chegar a uma boa avaliação.
O time de autores da Nova Escola tem um documento que embasa a avaliação de todos os planos produzidos, é a rubrica de qualidade. Para avaliar os meus próprios planos, fiz uma adaptação dessa rubrica, e cheguei a um checklist com perguntas que orientam a minha avaliação:
Objetivo
Muitas vezes, a falta de clareza no objetivo nos leva a perder o foco da aprendizagem. Vale se questionar: o objetivo do meu plano de aula está claro? Sei qual é a minha intenção de aprendizagem? Meus alunos conseguem compreender o plano se eu quiser compartilhá-lo? As atividades estão alinhadas com o currículo da minha rede ou escola?
Uma observação: agora, estudando a BNCC, também me atento para verificar se o plano está alinhado à Base e às habilidades propostas nela.
Aprendizagem
A proposta apresenta uma expectativa adequada de aprendizagem? Será que tenho baixas expectativas com relação aos meus alunos? Meu plano está bem organizado, com começo, meio, fim e oportunidades reais de aprendizagem? Devemos ter altas expectativas de aprendizagem com nossos alunos, e muitas vezes os planos de aula não têm um momento de fechamento, que responda à pergunta "o que aprendemos hoje?"
Atividades propostas
Quanto aos níveis de dificuldades: As atividades propostas são fáceis demais? Subestimam a capacidade dos alunos em sua faixa etária? Ou são difíceis demais e não permitem que os alunos consigam avançar? Elas apresentam uma progressão de complexidade conforme o desenvolvimento da aula?
Devemos ter atenção à etapa de ensino, a faixa etária dos alunos e o que eles precisam aprender. Às vezes propomos somente atividades de um mesmo nível, que não estimulam nem os que apresentam dificuldades nem os que pegaram o conteúdo com mais facilidade. É preciso pensar em desafios para todos.
Contextos sociais
os personagens apresentados no plano representam diversidade de cor da pele, etnias, gênero? Meu plano reforça algum tipo de estereótipo, como o de que meninas são frágeis ou de que futebol é só coisa de menino? Há algum tipo de discriminação ou preconceito?
Esse item é muito importante. Às vezes uma situação aparentemente não-intencional acaba reforçando preconceitos e ideias absurdas.
Originalidade
Copiei um plano na íntegra de algum lugar, sem levar em consideração a realidade e necessidade de aprendizagem de meus alunos? Fiz alguma adaptação? O plano é original, baseado em algum documento de qualidade? O plano não é original, mas dá conta de atender às necessidades de aprendizagem dos meus alunos?
Podemos aprender muito com modelos, práticas e produções de outros professores e podemos sim usar planos já criados por outras pessoas, inclusive todo o projeto de Nova Escola é disponibilizar planos para os professores de todo o Brasil usarem, mas às vezes é necessário fazer adaptações.
Linguagem
A linguagem de meu plano é clara, objetiva e de acordo com a faixa etária de meus alunos? Eles podem compreender o que falo? Uso as nomenclaturas já estabelecidas? Uso diferentes formas de linguagem: escrita, imagem, etc.?
Muitas vezes usamos a mesma linguagem com adolescentes, jovens e adultos que usamos para falar com crianças. E com os pequenos costumamos usar falar curtas, simples demais e ou com muitos diminutivos!
Tempo
O tempo previsto é suficiente para a proposta da aula? O tempo é muito curto, não favorecendo o entendimento e a aprendizagem dos alunos? É muito longo, tornando a aula cansativa e dispersiva? Se uma aula não for suficiente, você pode propor várias em uma sequência, por exemplo.
Dinâmica da aula
Minha aula é totalmente expositiva? Exploro diferentes estratégias para abordar o conteúdo? Há espaço e oportunidade para os alunos ocuparem seu papel de protagonismo? Os alunos são organizados em diferentes formatos (grupos, duplas, individualmente, etc.? Minha aula propõe alguma inovação?
Considerações: Sei que é um item mais complexo, mas precisamos sair do comum e ousar mais em sala de aula. Isso é bom para a aprendizagem dos alunos, mas também para nós professores conhecermos nosso potencial de criatividade e planejamento.
Conceitos
Há erros conceituais ou alguma imprecisão? Os conceitos estão confusos e geram interpretações erradas?
Para esse item, o melhor é pedir auxílio de um colega ou o coordenador de sua escola. Acredito que seja mais fácil fazer uma revisão com alguém que traga um olhar de fora, pois muitas vezes nem percebemos algum problema.
Avaliação
Em meu plano de aula, há uma proposta de atividade final que avalie a aprendizagem dos alunos individualmente? Minha avaliação está de acordo com o objetivo? Não adianta preparar uma aula superbacana e não saber se ela deu certo e se os alunos aprenderam.
Essa é a minha lista para avaliar os planos que elaboro. Claro que você, professor, pode acrescentar outros elementos, de acordo com a sua realidade. Analisando item por item, eu consigo rotular meu plano de aula de uma dessas três maneiras:
E vocês, queridos professores, como avaliam os planos de aula que elaboram? Acrescentariam algum item nessa lista? Que nota você daria para sua aula? Conte aqui nos comentários! E não deixem de aproveitar os Planos de Aula Nova Escola! Eles têm qualidade e foram feitos por professores como você, que atuam em sala de aula!
Um grande abraço a todos e até a próxima semana!
Mara Mansani
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