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Projeto coloca em prática legado de Paulo Freire

Parceria entre Samsung e Instituto Paulo Freire leva alfabetização para 300 adultos em São Paulo

POR:
Paula Calçade
12 de Junho | 2018
Crédito: Divulgação Samsung

O mais famoso educador brasileiro, Paulo Freire, acreditava que ensinar era como despertar o aluno para ler o mundo. Ou seja, possibilitaria a formação da consciência sobre quem o sujeito é no meio em que ele vive. Para ele, as grandes transformações partem desse princípio. A alfabetização era, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o silêncio em que são colocados, podendo ser, então, os protagonistas da própria história, como escreveu em seu livro Pedagogia do Oprimido.

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Mesmo após décadas de sua filosofia para a Educação ser escrita e publicada, o país de Paulo Freire ainda enfrenta índices elevados de analfabetismo entre adultos. De acordo com dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos e possui a oitava maior população de adultos analfabetos do mundo, segundo a Unesco. Isso significa que 7,2% dos brasileiros com 15 anos ou mais de idade não sabem ler e escrever.

Políticas públicas enfrentam há anos esse problema e suas complexidades. A Meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE) determina a redução do analfabetismo a 6,5% até 2015 – o que não aconteceu. O PNE prevê também que em 2024 o analfabetismo deve estar erradicado no país.

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De acordo com os dados, há discrepâncias regionais, raciais e etárias. O analfabetismo é maior no Norte e no Nordeste, sendo que esta última região apresenta taxas de analfabetismo quatro vezes maior do que as do Sudeste e Sul. Na faixa etária de 60 anos ou mais, o índice de analfabetismo é quase três vezes maior do que a taxa média no país, alcançando 20,4%. Entre pretos ou pardos, o percentual é mais que o dobro da população branca, atingindo, respectivamente, 9,9% e 4,2%.

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Reciclando o lixo e mudando vidas
Diante dessa realidade, algumas iniciativas também surgem tentando reverter parte do grande problema. “Alfabetização Cidadã- da digital ao digital” é um projeto da Samsung em parceria com o Instituto Paulo Freire e promove, desde outubro de 2017, a alfabetização de 300 pessoas vinculadas à reciclagem em São Paulo nos moldes da filosofia freireana. São trabalhadores de cooperativas de coleta seletiva, por exemplo, que podem retornar aos estudos ou, no caso daqueles que nunca tiveram oportunidade, de começá-los. Com o objetivo de levar a aprendizagem até essas pessoas, as aulas semanais acontecem em 22 locais espalhados pelas quatro regiões da capital paulista, com turmas de 10 a 15 alunos, como na Cooperativa Central Tietê, na zona leste de São Paulo.

Elias Lima é um desses alunos. Ele conta que estudou durante apenas um ano em sua vida, quando tinha 9 anos de idade. Hoje, alegre com a ida de seu filho que está indo estudar Direito em Portugal. No entanto, Elias não precisa mais esperar gerações futuras realizarem seu sonho, já que um novo mundo se abre para ele.“Eu não sabia ler uma frase completa, agora já leio uma página toda”, conta. Além de se integrar à rotina da grande cidade, podendo pegar ônibus com maior segurança, Elias explica que agora não sente mais vergonha de não saber ler. “Quero ler tudo, revista, jornal, livros, placas...”, diz orgulhoso.

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A esposa de Elias também está na turma, bem como sua irmã, Miriam Lima, que conta com a ajuda da filha para completar as lições em casa. Miriam diz que se achava velha para continuar os estudos, mas percebeu nas aulas que ainda tem muito tempo para seguir aprendendo. “Tenho o incentivo da minha família, agora quero voltar para a escola, até ir para a faculdade”, conta. Miriam vai para as aulas à noite, depois de trabalhar durante o dia todo na cooperativa. Apesar da rotina intensa, ela afirma ficar empolgada também pela possibilidade de aprender a mexer no smartphone novo e se comunicar nas redes sociais. “Hoje troco mensagens no Facebook. Antes, eu não conseguia fazer isso”, explica.

Crédito: Divulgação Samsung

No projeto, os alunos recebem um celular para o auxílio na alfabetização, além de outros recursos como televisores nas salas de aula, conta Camila Pádua, gerente de Marketing Corporativo da Samsung. Por meio de um aplicativo chamado “Palma Escola”, a prática do que é aprendido nas aulas pode ser replicada em qualquer lugar. “Existem vários níveis [de prática], que podem ser adequados de acordo com o que eles já sabem e os desafios ainda podem ser superados. A tecnologia estimula isso”, explica.  Nesse processo, Camila conta que a autoestima também acaba sendo trabalhada, uma vez que os alunos se integram ao mundo e se veem capazes de interagir com ele.

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Mesmo com a utilização da tecnologia, o papel dos alfabetizadores continua sendo primordial – bem como sua formação. Todos os professores do projeto possuem nível superior e passaram por 40 horas de formação na metodologia freireana. “Eles também participam de encontros semanais e possuem uma formação continuada no Instituto”, pontua Sonia Feitosa, coordenadora pedagógica do Instituto Paulo Freire. Sonia lembra que o método de Paulo Freire incentiva que se utilize palavras que fazem sentido e parte da vida do aluno para se iniciar a alfabetização. “Assim, temos temas norteadores nas aulas, como, por exemplo a luta e conquista de moradia. Mas o que foi determinante foi a questão da conscientização socioambiental, da qual eles são atores, mas nem sempre são conscientes disso”, conta.

Nas aulas, os alunos entendem o significado de seu trabalho através do conteúdo que aprendem, como já escrevia Paulo Freire. “Esses 300 alunos fazem parte da primeira turma e vão se formar em julho”, afirma Sonia. As expectativas para a formatura são muitas, mas continuar os estudos parece fazer parte da maioria. “Quero mesmo é que esse projeto continue e mais gente possa aprender a ler e escrever”, conta Elias, que será o orador de sua turma. “O foco não é mais só em trabalhar, tenho esperança agora”, conclui.

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