Cursos de formação fazem diferença na atuação do professor

Está na Base Nacional Comum Curricular: é preciso alfabetizar as crianças até o final do 2º ano do Ensino Fundamental, com objetivo de garantir o direito fundamental de aprender a ler e a escrever. Só que a realidade é outra. Nas duas últimas edições da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), a compreensão leitora no 3º ano da rede pública seguia estagnada. Mais da metade dos alunos (55%) apresentava nível insuficiente, ou seja, não conseguia achar uma informação específica no texto.

A alfabetização pode ser beneficiada por um bom trabalho com literatura, mas isso exige formação específica. O ensino a distância (EAD) permite encaixar na rotina horas de estudo que preparam o profissional. Ana Elisa Martins, coordenadora pedagógica em uma escola rural de Boa Vista (AC) aproveitou o curso do Portal TRILHAS, iniciativa do Instituto Natura, que conta com o apoio da Fundação Telefônica Vivo e do Instituto Península. “Ao observar as aulas das professoras, percebi que muitas vezes selecionavam o livro na hora e sem estudo prévio. Isso mudou depois que apresentei a elas como fazer a leitura, baseada nas orientações do TRILHAS”, conta ela.

“Muitas vezes, as professoras selecionavam o livro na hora e sem estudo prévio. Isso mudou depois que apresentei a elas como fazer a leitura, baseada nas orientações do TRILHAS.” - Ana Elisa Martins, coordenadora pedagógica em uma escola rural de Boa Vista, no Acre.

Quem publica um vídeo de atividade em sala de aula e cumpre 40 horas recebe um kit com cadernos de orientação e indicações de livros, jogos de linguagem e cartelas para usar com a turma. Até 2017, mais de 15 mil professores receberam o certificado. “Há sugestões de atividades para títulos que recebemos do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o que nos ajuda a cumprir expectativas de aprendizagem”, diz Ligia Cristina Pimenta, professora alfabetizadora da rede municipal de Macedônia (SP).

Com inclusão de novos conteúdos, o Portal TRILHAS soma 85 horas de EAD gratuito.

A formadora Adriana César Campos, de Indaiatuba, é embaixadora do TRILHAS e leva suas propostas para outros docentes em formações presenciais. Graças à experiência nessas oficinas, ela foi convidada para atuar no núcleo de formação e para ser tutora de um curso online da nova plataforma do município. “Acho que o TRILHAS faz a gente relembrar práticas que fazia e tinha deixado de lado, mas que funcionam. É muito gratificante colocar essas estratégias para os professores, eles levam para a sala de aula e dão boas devolutivas”, conta Adriana, que também faz parte da elaboração do currículo de Português da rede para seguir a nova Base Nacional Comum Curricular.

São mais de 160 mil cadastrados no portal TRILHAS, com acesso a atividades e cursos.

“O TRILHAS oferece apoio prático para o professor: os materiais e o curso online apresentam sequências didáticas e reflexões fundamentais para subsidiar o trabalho e o dia a dia do docente alfabetizador”, explica Maria Slemenson, gerente de projetos educacionais do Instituto Natura. Um grande incentivo é a versão mobile, que permite acessar os conteúdos pelo celular e facilita a vida de quem quer ensinar melhor.

“Acho que o TRILHAS faz a gente relembrar práticas que fazia e tinha deixado de lado, mas que funcionam.” - Adriana César Campos, formadora do núcleo de formação de professores de Indaiatuba, interior de São Paulo.

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Experiência em vídeo

Uma parceria do TRILHAS com o Instituto Singularidades prepara universitários de pedagogia para analisar os vídeos enviados por professores que registram, em sala de aula, práticas aprendidas na formação. Em 2017, o TRILHAS recebeu quase 2 mil vídeos.

Veja aqui os vídeos enviados para o Trilhas por Ligia Cristina Pimenta, de Macedônia, SP e de Ana Elisa Martins, de Rio Branco, AC.