Improviso teatral
O faz-de-conta com poucas regras privilegia a criatividade e é a porta de entrada para explorar a linguagem cênica com turmas de 1º e 2º anos
PorLorena Verli
01/10/2008
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Jornalismo
PorLorena Verli
01/10/2008
Já percebeu que todo ser humano é um ator desde pequeno? O faz-de-conta das brincadeiras - quando a criança se imagina no papel de mãe, de médico ou cantor, por exemplo - é uma forma de compreender e representar o mundo ao nosso redor. A escola pode aproveitar essa oportunidade para apresentar a linguagem teatral. Basta incentivar a sistematização, em sala, daquilo que a garotada já faz naturalmente: improvisar.
Isso significa que essas atividades carregam, sim, certo caráter de diversão livre e descompromissada. Mas sua utilização na escola só faz sentido se o objetivo principal da atividade for explorar a linguagem teatral. "Com a improvisação, os alunos exercitam sua criatividade e percebem o potencial comunicativo do próprio corpo", explica Mônica Bonatto, professora da Escola Projeto, de Porto Alegre. É um discurso afinado com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que defendem que uma das maiores contribuições do teatro no Ensino Fundamental é o desenvolvimento das capacidades expressivas e artísticas.
Mônica usa a improvisação como base para trabalhar com suas turmas de 1ª a 4ª série diversos elementos da linguagem dramática, da elaboração de narrativas à definição de figurinos e acessórios, passando pela criação de personagens, recursos de iluminação, sonoplastia e criação de cenários (leia mais na seqüência didática acima). "Com a imaginação das crianças, um pedaço de madeira, tecidos ou adereços, como roupas velhas, bolsas e sapatos, são o suficiente para a construção de um espaço cênico completo. Com os pequenos da 1ª série, montamos uma fogueira apenas com pano e lanterna. A sugestão partiu deles", conta.
Cada idade, uma proposta
Além da preocupação pedagógica de não deixar a coisa cair na mera brincadeira, cabe ao educador ajustar o nível de desafio à idade da garotada. "Para um aluno de 5º ano, por exemplo, o professor pode propor um exercício em que ele deve comunicar o local onde imagina estar sem utilizar as mãos ou falar", explica Maria Paula Zurawski, consultora pedagógica do Instituto Alfa de Cultura, de São Paulo. Outro ponto de atenção é a relação com a platéia: é importante levar os pequenos a compreender que uma obra teatral também tem a função de comunicar algo a alguém - ou seja, é importante que a audiência entenda a história. Às vezes, a atividade dá tão certo que acaba tendo um fim inesperado. "Em tese, exercícios de improvisação não visam a criação de um espetáculo, mas há casos em que os resultados merecem ser apresentados", afirma Maria Paula.
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Maria Paula Zurawski
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