Ruth Rocha: "Leitura não pode ser só folia"
A autora acredita que o livro também deve cumprir o papel de enriquecer o vocabulário
PorNOVA ESCOLADaniela TalamoniCarol Salle
02/07/2008
Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo Cadastre-se
Compartilhe:
Jornalismo
PorNOVA ESCOLADaniela TalamoniCarol Salle
02/07/2008
Aos 77 anos, a paulistana Ruth Rocha ainda faz muita criança se apaixonar pela literatura. Ela é a autora do clássico Marcelo, Marmelo, Martelo (Ed. Salamandra), um fenômeno editorial que já ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Mas sua obra vai muito além. Com mais de uma centana de livros publicados e prêmios importantes no currículo, Ruth já tem dois novos títulos saindo do forno: Solta o Sabiá (Ed. Companhia das Letrinhas) e Quem Tem Medo do Novo (Ed. Global).
O que fazer se uma criança, aos 10 anos, não demonstrar qualquer interesse pela leitura?
RUTH ROCHA O primeiro passo é descobrir se ela realmente entende o que anda lendo. Muitas vezes o título não é adequado à sua capacidade de interpretação. Nesse caso, o ideal é partir para a leitura de textos curtos ou pequenos trechos de histórias mais longas.
O que você acha do estímulo à leitura por meio de atividades lúdicas?
RUTH Concordo, desde que as propostas sejam desenvolvidas com inteligência e não transmitam a ideia de que a folia e o divertimento têm um papel maior do que a própria leitura. Além disso, os professores deveriam ler os livros infanto-juvenis antes de indicá-los aos alunos.
Qual é o segredo do sucesso de Marcelo, Marmelo, Martelo?
RUTH Se eu soubesse, faria todos como ele! O que sei é que um bom livro precisa ter verdade, propor novas questões e fazer o leitor pensar. Nunca escrevo porque tal assunto pode agradar ao público infantil, mas sempre preocupada em contar uma boa história e ser fiel aos meus valores.
Você publicou muitas adaptações de clássicos. É difícil falar a língua das crianças nesse gênero literário?
RUTH Dou um tom mais infantil à obra, mas não fico tentando buscar palavras que sejam mais fáceis. O livro também é uma forma de enriquecer o vocabulário, e a adaptação precisa respeitar o original.
A internet ajuda ou atrapalha o desenvolvimento da leitura?
RUTH Essa tecnologia é muito nova e acho que ainda não se encontrou uma linguagem adequada para ela. Por enquanto, utiliza-se muito a rede para fazer pesquisas, sem saber como fazer isso, porque ninguém ensina. Os alunos copiam e colam no trabalho escolar qualquer bobagem. Outro problema é saber se as informações veiculadas são fidedignas. Nesse sentido, o livro é mais confiável.
Últimas notícias
Gêneros textuais
Como utilizar gêneros digitais para estudar os clássicos da literatura
Educadora faz reflexão da importância de explorar textos literários na escola e compartilha caminhos para engajar alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
Educação Infantil
Como avaliar as vivências e as aprendizagens das crianças
Observação e escuta atentas são pontos-chave para compreender de maneira efetiva o que a turma já sabe
Recomposição de aprendizagens
Novo Ensino Médio favorece a interdisciplinaridade e desenvolvimento de aprendizagens mais significativas
Reportagem em vídeo retrata como as mudanças na etapa já estão presentes no dia a dia de escola em São Bernardo do Campo (SP)
Alfabetização matemática
Matemática: a Geometria da Arte
Veja exemplos de obras que permitem abordar as figuras e padrões geométricos, as posições e a simetria.
Alfabetização
Gênero textuais para usar na alfabetização
Entenda como escolher os textos que serão usados em sala de aula e veja três sugestões para explorar o campo de atuação da vida cotidiana