Sem temas proibidos
Segundo a escritora, é bobagem querer evitar assuntos como racismo e violência
PorNOVA ESCOLA
02/01/2016
Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo Cadastre-se
Compartilhe:
Jornalismo
PorNOVA ESCOLA
02/01/2016
null
null
A escritora e socióloga Ivana Arruda Leite não tem medo de assuntos supostamente polêmicos. Para ela, temas como racismo, violência e desigualdade social não só podem como devem estar presentes na literatura juvenil. Primeiro, para formar a opinião crítica do jovem. Depois, para não fazer do livro uma bolha, completamente isolada do mundo real. Autora de dois grandes sucessos - Confidencial: Anotações Secretas de Uma Adolescente (Ed. 34) e Elas (Ed. Callis) -, nesta entrevista ela diz como atrair a atenção dos jovens e fala do papel da internet na formação de leitores.
Como despertar o interesse de jovens entre 13 e 15 anos e atraí-los para a leitura?
IVANA ARRUDA LEITE É preciso mostrar que a literatura também pode ser jovem, não é coisa apenas de gente velha. Daí a importância de temas que tenham a ver com o universo deles. Também é importante que o livro reflita a realidade que os cerca. Não há por que evitar assuntos como racismo, por exemplo. Assim, o jovem cria bases para formar sua própria opinião.
Essa faixa etária demonstra grande interesse por livros em forma de diário. Por quê?
IVANA Pela proximidade da narrativa. Quando eu era adolescente, adorava diários, essa voz falando comigo. Meu livro Confissões tem esse formato e fez muito sucesso. Esse tipo de texto é sempre leve, gostoso de ler. E traz histórias de paqueras, brigas com a mãe... enfim, tudo que o jovem quer ler.
"O livro deve refletir a realidade que cerca os jovens. Assim, eles formam suas opiniões"
Quais são os elementos essenciais que uma obra literária deve ter para chamar a atenção dessa turma?
IVANA O importante não é o livro ser bom, mas criar-se o hábito da leitura desde criança. Não é preciso tornar o livro uma deliciosa guloseima. Compare a literatura com o cinema: quantos filmes ruins a gente vê? E por que também não podemos ler livros ruins? Se o hábito está incorporado, não importa o que a criança tem nas mãos: ela lê. Depois, decide o que é bom e o que é ruim.
Você tem um blog, forma de comunicação muito popular entre os jovens. O que você acha desse tipo de leitura?
IVANA Acho que os blogs são positivos e podem funcionar como um chamariz para a leitura. Os jovens lêem um texto ali, gostam e vão atrás do livro. Facilita o acesso, sem contar que essa é a linguagem deles. Eu adoraria poder ter lido blogs na minha adolescência.
Últimas notícias
Educação infantil
Brincadeiras musicais e cantadas: possibilidades e sugestões para a Educação Infantil
Propostas que exploram a musicalidade propiciam experiências ricas de aprendizagem para as crianças. Educadoras contam como estruturá-las na rotina escolar
Recomposição de aprendizagens
Áreas do conhecimento: os desafios da interdisciplinaridade no Novo Ensino Médio
Em roda de conversa, especialistas debatem como as equipes pedagógicas podem se organizar para implementar as mudanças
Coordenação pedagógica
Formação continuada: apoie a equipe para colocar em prática a Aprendizagem Baseada em Projetos
Confira roteiro formativo para preparar os professores e conheça experiências e sugestões de especialistas e de quem já utiliza essa metodologia ativa
Prática pedagógica
Festa Junina: 3 sugestões para avançar na alfabetização e valorizar a cultura popular
Atividades envolvendo aspectos da culinária típica destas celebrações podem render muitas aprendizagens de leitura e escrita
Recomposição de aprendizagens
Conheça experiência de como metodologias ativas podem estar presentes no dia a dia do Ensino Médio
Estratégia permite que o aluno produza conhecimento e trabalhe a criatividade e a reflexão