Pouco tempo para planejar? A solução pode estar no colega ao lado
PorMara Mansani
13/02/2017
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Jornalismo
PorMara Mansani
13/02/2017
O bom de trabalhar em uma escola com ótimos colegas é poder dividir as responsabilidades de planejar o ano letivo. E eu tenho a sorte de estar não em uma, mas em duas instituições com esse compromisso. Em 2017, tanto na EE Laila Galep Sacker, em Sorocaba, quanto na EMEF Prof. Silvia Haddad, em Salto de Pirapora, ambas no interior de São Paulo, esse foi o espírito da equipe nas primeiras reuniões de planejamento.
Nem sempre foi assim na minha vida. Infelizmente, já trabalhei em escolas onde era cada um por si. Havia gente que chegava a esconder as atividades que fazia ou que cumpria as tarefas com o maior desleixo enquanto os outros se matavam de trabalhar. Mas são águas passadas. Hoje, sei bem o quanto as boas parcerias trazem enormes vantagens.
Como você sabe, nossa jornada é cheia e o tempo é escasso. Uma das melhores alternativas para lidar com isso é estabelecer uma forte parceria entre os professores que dão aulas para turmas de um mesmo ano. Se sempre ressaltamos para os alunos a importância do trabalho em grupo, por que não explorar essa possibilidade na sala dos professores? O trabalho em equipe permite dividir as tarefas do planejamento, otimizando o tempo de cada um. Além disso, essa sinergia ajuda a encontrar soluções para necessidades de aprendizagem comuns a todas as classes do mesmo nível.
Quer ver alguns exemplos de como fazer isso?
No grupo das professoras de 4º ano da EMEF Prof. Silvia Haddad, do qual faço parte, estamos construindo juntas um projeto de alfabetização sobre relações pessoais. Acreditamos que, num mundo tão conturbado como o atual, é preciso criar momentos de reflexão que provoquem mudanças de atitude para a boa convivência entre todos.
Fiquei encarregada de pesquisar recursos audiovisuais que falem sobre o tema. Selecionei documentários, animações infantis e músicas. Enquanto isso, a professora Priscila buscará textos e livros e a colega Débora criará slides para apresentar o assunto às crianças. Na próxima reunião, vamos levar todo material e definir nossas estratégias para desenvolver o projeto. Tudo sempre com o apoio da coordenação pedagógica, que contribuirá com sugestões.
A parceria se repetiu em Matemática. Combinamos que cada uma vai elaborar dez problemas de acordo com os objetivos e conteúdos previstos para o 1º bimestre. Depois, nos reuniremos para analisar os problemas, fazer correções, editar e produzir uma apostila para os alunos. Assim, conseguimos elaborar com menos esforço 30 problemas, garantindo ao menos um por dia no primeiro mês de aula, além das demais atividades.
Essa foi a saída que encontramos para não ficarmos sobrecarregadas. E o mais importante: avaliamos juntas cada ação, fazendo correções e apoiando umas às outras.
Já com as turmas de 2º ano da EE Laila Galep Sacker, minha parceira de trabalho é com a Cida. Estamos trabalhando juntas em um projeto de alfabetização. Começamos com atividades sobre o corpo humano, que já mostrei a vocês em outro post. Mas, além disso, combinamos de selecionar materiais para as crianças, como textos de memória, contos etc.
Outro ponto importante da nossa parceria foi a divisão do uso dos espaços em sala de aula, desde os armários disponíveis até o os painéis. Construiremos coletiva e democraticamente nosso ambiente alfabetizador. Não houve atritos, só respeito e reciprocidade!
Alias, é bom lembrar que, para que essas parcerias aconteçam e se fortaleçam, é preciso seguir algumas regras básicas:
Cada professor tem seu papel. Todos são importantes e contribuem decisivamente para a aprendizagem. É preciso conhecer, valorizar e levar em conta o potencial de cada colega nosso! Tem professores que são bons de organizar o material a ser usado, há os que são ótimos no uso das tecnologias, os que têm mais habilidades em determinada área de estudo... Se cada um colocar à serviço da equipe os seus melhores talentos, todos saem ganhando.
Já pensou na infinidade de ações educativas que as parcerias nos possibilitam? Elas permitem que nós, docentes, nos tornemos autores de nossos próprios materiais, e isso traz mais autonomia. Que tal você fazer junto com seus pares uma apostila de jogos matemáticos, ou uma de músicas para a alfabetização, ou de experimentos de Ciências? E se vocês reunissem os alunos de suas turmas em um lugar espaçoso da escola, para uma aula coletiva, diferente, onde cada professor pode mostrar e usar o que tem de melhor?
Abra-se a essas possibilidades. E se você já estabelece parcerias, conte para a gente nos comentários como elas têm funcionado. Você pode inspirar a outros professores!
Um grande abraço e até a próxima segunda-feira,
Mara Mansani
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