Gênero textuais para usar na alfabetização
Entenda como escolher os textos que são usados em sala de aula e três sugestões para explorar o campo de atuação da vida cotidiana
PorMara Mansani
12/05/2022
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Jornalismo
PorMara Mansani
12/05/2022
A Base Nacional Comum Curricular orienta que a centralidade deve estar no texto, ele é ponto de partida para o planejamento na alfabetização. Quando falamos de textos nos referimos àqueles que estão inseridos nas práticas sociais. Isso significa deixar de lado aqueles que só existem na escola – como, por exemplo, os que encontramos em muitas cartilhas.
Mas quais gêneros textuais devemos usar na alfabetização? Todos aqueles que existem, que circulam. Logicamente, o professor precisa selecionar aqueles que estão de acordo com o momento, faixa-etária e complexidade que os estudantes estão preparados.
Mais uma vez, a BNCC nos dá um norte para responder essa pergunta. O documento divide os textos em quatro campos de atuação. Todos têm igual importância – apesar de nem sempre aparecerem na mesma medida em nossos planejamentos.
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Como escolher quais gêneros utilizar?
Na seleção textos para uso na alfabetização precisamos levar em consideração também as práticas de linguagem, as habilidades a serem desenvolvidas, a rotina na alfabetização, entre outros elementos. Por exemplo, no dia a dia da minha turma temos as atividades permanentes, eu sempre prevejo momentos de leitura e escrita usando listas e bilhetes, textos de memorias que fazem parte das brincadeiras orais infantis, entre outras possibilidades.
Em outros momentos, a seleção dos textos obedece alguma necessidade daquela turma ou da escola, como uma campanha de conscientização de combate a uma doença, desperdício de recursos naturais, os conflitos na convivência na escola, entre outros.
Quando penso em projetos na alfabetização, muitas vezes combino diferentes tipos de textos para dar conta de explorar da temática escolhida. Para isso, costumo refletir pensar quais são os melhores gêneros para desenvolver as diferentes práticas de linguagem (leitura, escrita e oralidade)
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Estudando a escrita da vida cotidiana
Para planejar a alfabetização precisamos levar em consideração todos esses pontos que levantei e outros que se façam necessários de acordo com a realidade e demandas de aprendizagem dos alunos. Para te dar como exemplo, separei três sugestões para explorar textos ligados ao campo de atuação vida cotidiana.
São muito uteis e presentes na rotina, pois organizam as ações no nosso dia a dia. Minha sugestão é fazer com as crianças a programação semanal das aulas. De forma coletiva e individual, proponha que pensem e organizem juntos o tempo e os espaços para cada atividade. A agenda pode ser também de aniversariantes do bimestre com informações e mensagens escritas sobre eles e para eles.
As crianças adoram participar da experiência de preparar algum prato de comida na escola. Há anos produzi um livreto de receitas de saladinhas saudáveis. Para isso, em sala de aula, depois do estudo sobre alimentos saudáveis que envolveram diferentes conteúdos (vídeos, músicas, infográficos, tabelas, entre outros), os alunos criaram e comeram suas próprias receitas de saladinhas.
Esse trabalho rendeu muito conteúdo para a escrita. A cada estudo, leitura, escrita e, a partir de minhas intervenções pedagógicas nos momentos coletivos e individuais, as crianças avançaram muito no processo de alfabetização. Por conta da pandemia não venho realizando esse trabalho de forma completa, mas pretendo retomar essa prática em breve.
As escritas de como fazer brinquedos, ou como brincar, também oferecem ótimas situações de aprendizagem. A ideia pode ser transformada em um projeto que finalize com a produção de um livreto.
Desde o começo, as crianças aceitam e gostam muito de participar, pois para eles é muita divertido, “só brincadeira”, mas há toda uma intencionalidade pedagógica nesses momentos que permitem avançar nas aprendizagens.
Como puderam perceber, todas as sugestões de propostas, de contato e uso desses gêneros textuais, estão sempre presentes por toda a nossa vida, então minha mensagem final é: “Não vamos escolarizar a vida, mas sim trazê-la para dentro da aprendizagem em sala de aula!”
Espero que se inspirem e aproveitem minhas sugestões para explorar diferentes gêneros textuais na alfabetização. Se já fazem um trabalho nesse sentido que vem rendendo bons resultados na aprendizagem dos seus alunos, compartilhe aqui nos comentários.
Um grande abraço a todos e até a próxima!
Mara Mansani
Mara Mansani é professora há 34 anos, lecionou em vários segmentos, da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental, passando também pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2006, teve dois projetos de Educação Ambiental para o Ensino Básico publicados pela ONG WWF, no livro “Muda o Mundo, Raimundo”. Em 2014, recebeu o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, na área de Alfabetização, com o projeto Escrevendo com Lengalenga.
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