Peças teatrais para conhecer na escola
11/02/2016
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Jornalismo
11/02/2016
Desde que eu iniciei um curso de preparação de atores, em 2013, me pergunto: Por que eu quase não li peças teatrais antes de estudar o tema? O único texto de teatro que li sem a finalidade da atuação foi A Moratória, de Jorge Andrade (188 págs., Ed. Agir Sinergia, tel.: 21/3882-8200, indisponível. O título estava entre as leituras obrigatórias para o vestibular e li exclusivamente para a prova. Mas não foi tão fácil chegar ao final. O texto se passa em duas épocas diferentes em uma mesma fazenda. No primeiro momento, os seis personagens principais estão na expectativa da perda da propriedade por conta das dívidas contraídas por Joaquim. Já no ano posterior, a expectativa se volta para o decreto de moratória do Governo. Os dois tempos parecem ocorrer ao mesmo tempo, mas na verdade as ações estão intercaladas. Eu me confundia na leitura, relendo e voltando para as páginas anteriores várias vezes, até que finalmente consegui imaginar a história se desenrolando e virei a última página achando o livro genial.
Há quem diga que peças são feitas para serem representadas e não lidas. Concordo pela metade. Acredito que o texto teatral é de uma singularidade e riqueza tão grandes que não deveríamos ter acesso a eles estritamente nos palcos. Por isso, entrei em contato com Eric Nowinski, professor de Teatro do Colégio Oswald de Andrade, em São Paulo, que fez uma lista com 7 textos dramáticos que todos deveriam ter contato dos anos finais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
1) Auto da Compadecida (Ariano Suassuna, 192 págs., ed. Nova Fronteira, tel.: 21/3882-8200, indisponível): “Poucos alunos vão saber, mas a peça (de 1955) precede o filme (de 2000) e a versão estendida para a TV. Trabalhar essa obra em sala é uma excelente oportunidade para um estudo comparativo e compreensão das particularidades dos gêneros envolvidos nas adaptações”.
2) A Menina e o Vento e outras peças (Maria Clara Machado, 368 págs., ed. Nova Fronteira, tel.: 21/3882-8200, 39,90 reais): “Excelente exemplo de teatro para público infantil. Lúdico e poético na medida certa, respeita a sensibilidade e a criatividade das crianças”.
3) O Doente Imaginário(Moliére, 184 págs., ed. Martin Claret, tel.: 11/3672-8144, 9,90 reais): “Comédia de costumes do genial autor francês, escrita em 1673, é uma boa oportunidade de contextualização histórica e estabelecimento de paralelos com o que vivemos atualmente. Foi a última peça escrita pelo autor e é considerada uma de suas obras-primas”.
4) O Inspetor Geral(Nicolai Gógol, 256 págs., ed. Peixoto Neto, tel.: 11/ 3063-9040, 29,90
reais): “Esta sátira política escrita na Rússia , em 1936, que trata da relação dos moradores de uma pequena cidade com as autoridades locais, impressiona pela atualidade na conjuntura brasileira e mundial”.
5) Édipo Rei (Sófocles, disponível em pdf): “Esse texto é essencial para entender o surgimento do Teatro, o conceito de tragédia, e identificar estruturas presentes na dramaturgia atual, inclusive no cinema e na televisão. Foi considerada a tragédia perfeita pelo filósofo grego Aristóteles”.
6) Romeu e Julieta (William Shakespeare, disponível em pdf): “Clássico que faz parte do “inconsciente coletivo”. Quase todos conhecem superficialmente a história, mas somente a leitura compartilhada poderá elucidar personagens e enredo em seus detalhes”.
7) Sonho de Uma Noite de Verão (William Shakespeare, disponível em pdf): “Em contraponto a Romeu e Julieta; como o mesmo autor pode falar sobre o amor impossível na perspectiva da comédia e da tragédia”.
E, então, gostaram da lista? Já leram algum desses textos? Conte sua experiência aqui nos comentários.
Até o próximo post!
Anna Rachel
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