Três contos sobre a convivência na escola
Estórias de Patrícia Engel Secco, João Anzanello Carrascoza e Fanny Abramovich falam das amizades e desafios dos estudantes
31/10/2018
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Jornalismo
31/10/2018
A escola é também o lugar de conhecer pessoas, encontrar amigos, criar relacionamentos, o espaço de convivência. É o local onde se formam amizades e onde os estudantes criam sua vida social.
É um momento tão importante que, entre as competências socioemocionais essenciais propostas na Base Nacional Comum Curricular estão: lidar consigo mesmo (autopercepção, autoestima e resiliência), lidar com os outros (comunicação e relacionamento) e lidar com os desafios (criar estratégias, escolha socialmente responsável).
E para falar sobre esta época de descobertas e desafios, a NOVA ESCOLA selecionou três contos que tratam dos relacionamentos que criamos na escola. Confira abaixo as estórias de Patrícia Engel Secco, João Anzanello Carrascoza e Fanny Abramovich. Boa leitura!
O conto de Patrícia Engel Secco ilustra as descobertas da infância e suas contradições.
A vida parecia cada vez mais complicada para Alberto. Não ruim, pelo contrário, mas cada vez mais difícil.
Há alguns anos, ele não tinha com o que se preocupar... Bastava se entregar aos estudos e às descobertas. Ah! Como ele estava seguro em meio aos seres invertebrados, aos redemoinhos, às constelações, aos tubos de ensaio e aos elementos químicos...
A cada dia que passava, Alberto compreendia mais e mais as razões e o funcionamento de tudo no mundo. Tudo.
A formação do Universo, estrelas anãs e gigantes brancas, buracos negros, novos planetas e até mesmo um novo anel em algum planeta conhecido... Nada passava despercebido para Alberto, que, sem ter muito tempo para atividades que não levassem a alguma conclusão científica, não participava dos jogos do recreio e não usava, de maneira nenhuma, a internet para o lazer e para o diletantismo, atitude que ele considerava simplesmente ultrajante!
João Anzanello Carrascoza fala sobre novos encantos escolares.
No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros.
Fanny Abramovich e o passeio ecológico que virou confusão.
Marquito desabou na poltrona. Completamente moído. Exausto! Agarrou o telefone, ligou pro Tiagão. Dos dois lados do fio, só queixas e reclamações. E altos xingos.
Bocas raivosas, por nada ter dado certo. Só confusão durante a excursão inteira.
Marquito relembrou a saída orgulhosa. Um final de semana ecológico-aventureiro. Certeza de voltar triunfantes! Muito pra contar e pra exibir. Turma animada e a fim de descobrir o esconderijo-paraíso dos micos-leões-dourados. Tiagão ouvia rindo. Logo enfezou. Lembrou da primeira desviada. Um caminho lindo que deu numa cachoeira despencante. Puladas, procuras, nadadas, volta estropiada pra estrada arrebentada... Depois, só mancadas... A chuva desviante da trilha. A paralisada hesitante se era pra virar à direita ou à esquerda. Os em-frente-marche dando em barreiras fechadas, sem brecha pra passagem. As voltas, semivoltas, voltas inteiras. A parada pra comilança quase dentro duma fazenda murada e o dono surgindo com as armas em punho... Horror total!!
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