Protesto de professores em São Paulo termina em violência
Docentes protestavam contra a proposta de reforma na previdência dos servidores municipais em frente à Câmara quando foram duramente reprimidos
PorPaula Peres
14/03/2018
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Jornalismo
PorPaula Peres
14/03/2018
Atualizado em 15/03/2018 às 11:37
Dez bombas de gás lacrimogêneo e pelo menos uma pessoa ferida. Esse é o saldo do ataque sofrido pelos professores da rede municipal de São Paulo na tarde desta quarta-feira (14).
Na noite de ontem, um pequeno grupo de servidores acampou em frente à Câmara Municipal. Hoje à tarde, o protesto foi reforçado com professores e outros funcionários públicos para acompanhar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que votaria o projeto de lei 621/2017 que prevê a reforma da previdência municipal, mas a maioria ficou do lado de fora.
Uma professora da rede municipal estava presente no protesto com sua filha de 11 anos e contou à NOVA ESCOLA o que viu: “Quando cheguei, por volta das 14h30, o viaduto já estava lotado. Eu fui para o portão da Câmara, que deveria estar aberto. Gritávamos ‘Fora Dória’” (atual prefeito da cidade de São Paulo, cuja gestão foi responsável pelo projeto de lei de reforma da previdência municipal). “Aí a GCM atirou, ouvimos a primeira bala. Logo em seguida, a bomba de efeito moral da polícia”, conta.
Há relato de cerca de 10 bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral lançadas contra os professores. “Vi uma pessoa ferida de bala de borracha, todo mundo correndo, eu estava com a minha filha de 11 anos e corri por uma rua lateral”, lembra a professora. Houve agressão policial também no interior da Câmara, com pelo menos uma pessoa ferida.
De acordo com balanço da Secretaria Municipal de Educação, 39% das escolas aderiram à paralisação totalmente desde 8 de março, 43% funcionam parcialmente e apenas 18% funcionam normalmente.
A reforma da Previdência de servidores municipais, o motivo da greve desde 8 de março e do protesto de hoje, pretende aumentar a alíquota básica de 11% para 14%. "Além dos 5% da Previdência Complementar. É 19% do nosso salário comprometido, ninguém paga essa alíquota no país, e nós pagaremos", reclama a professora. O projeto de lei não está relacionado com a reforma nacional da Previdência.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, cerca de R$ 1 bilhão são gastos por mês com salários de 120 mil funcionários e outros R$ 650 milhões para as aposentadorias de 97 mil servidores.
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